Mais de um milhão de pessoas em teletrabalho no 2.º trimestre
Covid-19
5 de ago. de 2020, 12:09
— Lusa/AO Online
De acordo com o Instituto
Nacional de Estatística (INE), entre abril e junho, “a população
empregada que indicou ter exercido a sua profissão sempre ou quase
sempre em casa na semana de referência ou nas três semanas anteriores
foi estimada em 1.094,4 mil pessoas", o equivalente a menos de um quarto
da população empregada (23,1%). Do mais
de um milhão de trabalhadores em teletrabalho, 998,5 mil pessoas (91,2%
em termos relativos) deram como razão principal para terem trabalhado a
partir de casa a pandemia de covid-19.Já
comparando as horas trabalhadas, diz o INE que “não há grande diferença
entre trabalhar em casa ou fora de casa”, uma vez que quem trabalhou em
casa trabalhou, em média, 35 horas semanais, enquanto quem trabalhou
fora de casa trabalhou, em média, 36 horas.Já
643,8 mil pessoas empregadas não trabalharam nem no emprego principal
nem em casa ou em outro local durante o período de referência, das quais
76,3% (491,5 mil) devido à covid-19.Destas
pessoas ausentes do emprego, a percentagem foi mais elevada nas regiões
do Algarve (85,4%), da Madeira (81,8%) e região Centro (80,6%) e a
proporção foi também maior entre os que completaram o ensino secundário
ou pós-secundário não superior (83,0%) e trabalham por conta própria
(91,3%). A proporção foi também mais
elevada nos trabalhadores das atividades de alojamento, restauração e
similares (92,0%), dentro do setor dos serviços. Também é elevada a
proporção de trabalhadores ausentes do emprego principal entre os dos
serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores (81,7%).Em
relação aos trabalhadores em regime de teletrabalho, a Área
Metropolitana de Lisboa foi a região em que se observou uma maior
proporção de empregados que trabalharam sempre ou quase sempre em casa
(36,0%).As pessoas que mais trabalharam a
partir de casa foram mais mulheres (25,2%) do que homens (21,1%), mais
pessoas com ensino superior (53,8%) e mais os trabalhadores por conta de
outrem (23,4%) do que os trabalhadores por conta própria (22,0%). Mais
de um quarto dos trabalhadores no setor dos serviços que trabalharam em
casa trabalham na educação (27,5%), apesar desta atividade ser apenas a
terceira com mais população empregada no setor terciário (12,5%),
segundo o INE. A profissão dos
especialistas das atividades intelectuais e científicas, que representa
21,6% dos empregados no segundo trimestre, foi "claramente aquela em que
mais trabalhadores exerceram a sua profissão em sempre ou quase sempre
em casa (56,7%)", lê-se na informação estatística hoje divulgada. Da
população que trabalhou desde casa, 1,038 milhões de pessoas utilizaram
tecnologias de informação e comunicação, o equivalente a 94,8% das que
trabalharam em casa no período de referência. Os
resultados hoje divulgados fazem parte do módulo sobre 'Trabalho a
partir de casa' do Inquérito ao Emprego. A população-alvo deste módulo é
composta pela população empregada, estimada em 4,731 milhões de
pessoas, segundo o INE.