Mais de mil médicos responderam a apelo da Ordem para reforçar SNS
Covid-19
11 de mar. de 2020, 12:35
— Lusa/AO Online
Em comunicado, a Ordem dos Médicos destaca que em apenas 24 horas, mais de mil médicos responderam ao apelo do bastonário.No
domingo, Miguel Guimarães apelou a todos os médicos para reforçarem a
resposta dos serviços públicos ao novo coronavírus, pedindo aos que
estão fora do Serviço Nacional de Saúde que também ajudem, incluindo os
reformados.Numa carta enviada a todos os
médicos, o bastonário apelava ao espírito solidário e humanista dos
clínicos, sobretudo aos que já saíram do Serviço Nacional de Saúde
(SNS), recordando que o novo coronavírus já é uma pressão acrescida num
SNS “alvo de grande desinvestimento ao longo dos últimos anos”.“Nesta
altura em que enfrentamos o surto do novo coronavírus (Covid-19),
escrevo-vos evocando o nosso passado e presente, apelando à vossa
colaboração direta neste desafio de saúde pública internacional,
considerado pela Organização Mundial de Ssaúde uma emergência”,
sublinhava o bastonário.Na carta, Miguel
Guimarães frisava que o apelo tem “uma relevância especial para os
médicos que já saíram do SNS, nomeadamente, os reformados, mas também
para os médicos que, estando a trabalhar no SNS, possam dar um
contributo adicional, caso venha a ser necessário”.No
apelo, Miguel Guimarães dizia também que a Ordem está em contacto e a
pressionar a Direção-Geral da Saúde e o Ministério da Saúde para
“garantir que os profissionais de saúde tenham acesso aos equipamentos
de proteção adequados e, nomeadamente, ao equipamento de proteção
individual para se resguardarem durante o contacto com potenciais
doentes e doentes infetados”.O bastonário
lembrava que cada médico poderá dar o seu contributo na sua área de
conforto e saber, libertando outros médicos, mais especializados, para
que possam dar o seu contributo específico na área do Covid-19.A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos. Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).A
DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos
suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar
resultados laboratoriais.Segundo a DGS, há ainda 667 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.Por
causa da situação, o Governo português decidiu suspender todos os voos
com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando
também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000
pessoas.Face ao aumento de casos em
Portugal, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em
hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até
agora a mais afetada.Foram também
encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do
País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.Os
residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto,
foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.Nos
últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da
China, com 631 mortos e mais de 10.100 contaminados pelo novo
coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia. A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.