Mais de mil detidos em operação da Interpol e Afripol contra imigração ilegal
26 de jul. de 2023, 11:25
— Lusa/AO Online
Os agentes
envolvidos na operação, apelidada de "Flash-Weka", também detetaram
2.731 migrantes irregulares, identificaram 823 vítimas de tráfico e
apreenderam armas de fogo, veículos e outros bens utilizados por
organizações criminosas, disse a Interpol em comunicado.A
agência internacional de polícia disponibilizou as suas bases de dados e
colaborou com as forças de segurança dos países envolvidos e com a
agência Afripol, da União Africana, que facilita a troca de informações
entre os países africanos sobre criminalidade, terrorismo, tráfico de
drogas e de armas.O secretário-geral da
Interpol, Jürgen Stock, referiu que "o tráfico de seres humanos e o
contrabando de migrantes fazem frequentemente parte de uma cadeia
criminosa mais vasta e complexa".Daí,
acrescentou Stock, a importância da cooperação com a Afripol para
desmantelar estas redes, identificar e "resgatar milhares de vítimas
retidas".Entre as várias ações levadas a
cabo, oito cidadãos marroquinos foram intercetados num bote com coletes
salva-vidas quando se preparavam para atravessar ilegalmente a costa
espanhola.Em Angola, sete mulheres
vietnamitas, recrutadas online com a promessa de trabalho em hotéis e
salões de beleza, foram resgatadas dos seus traficantes, também
vietnamitas, que as obrigavam à prostituição.As
investigações na Tunísia sobre um barco encontrado a 80 milhas ao largo
da costa de Kerkennah concluíram que naufragou quando navegava entre a
Líbia e a Itália com 59 passageiros, incluindo crianças, de países como o
Bangladesh, o Egito, o Paquistão e a Síria.Foram
assim identificadas redes no Burkina Faso, nos Camarões, onde as
vítimas foram resgatadas em Yaoundé e os suspeitos detidos na Costa do
Marfim, Gana, Guiné-Conacri e Mali.As
informações recebidas na Serra Leoa através da Interpol levaram a uma
operação policial que ajudou a resgatar 15 supostas vítimas de tráfico
de pessoas, todos homens do Sri Lanka, segundo a mesma fonte.No
Togo, num hotel de Lomé, as autoridades resgataram 30 vítimas do
tráfico de seres humanos da Nigéria que eram exploradas sexualmente.Na Síria, a polícia resgatou um menor e prendeu dois homens suspeitos de tráfico para exploração sexual.Finalmente, as autoridades iraquianas prenderam nove pessoas suspeitas de envolvimento em casos de tráfico de órgãos.Em
junho de 2022, uma repressão semelhante ao "Flash-Weka", "Weka II",
mobilizando 44 países em quatro continentes, resultou na prisão de 300
pessoas, incluindo 83 contrabandistas de migrantes e 88 suspeitos de
tráfico de pessoas. Cerca de 700 vítimas foram resgatadas.