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Mais de metade dos 3,75 ME de dívida à CUF/Açores ainda está por pagar

Diretor da CUF/Açores revela que mais de metade da dívida de 3,75 ME da Região por serviços prestados após o incêndio no HDES ainda está por pagar. No entanto, garante que o processo está a seguir os “trâmites normais”


Autor: Carolina Moreira

O diretor da CUF/Açores revelou que mais de metade da dívida de 3,75 milhões de euros (ME) da Região ao hospital privado devido aos serviços prestados após o incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) ainda está por pagar. Apesar disso, Giovanni Nigra garantiu que o processo está a seguir os “trâmites normais” das dívidas vencidas.

“Creio que seja mais de 50%, mas estamos a acompanhar com bastante regularidade e está a cumprir os trâmites normais das dívidas vencidas. Portanto, estamos confortáveis em relação a esse tema”, revelou.

Ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito às causas do incêndio no HDES, o diretor da CUF/Açores adiantou que, além dos 3,75 ME de dívida, ainda estão a ser apurados “custos extraordinários” relacionados com a “manutenção da infraestrutura e equipamentos”, estimando que deverão rondar os “60 mil euros”.

“Mas há ainda orçamentos a serem feitos por fornecedores, ou seja, não está ainda estruturado o valor final”, disse.

Na ocasião, Giovanni Nigra recordou que a CUF optou por não cobrar os “primeiros dez dias” de colaboração com o HDES e a Secretaria Regional da Saúde, esclarecendo que, após esse período, a dívida foi apurada pela “transferência de custos” que teve como base a “lógica de custos adicionais”, ou seja, os custos acrescidos ao normal funcionamento da CUF/Açores.

Segundo o diretor do hospital privado, o protocolo com o Governo Regional foi fechado a 18 de junho de 2024 e terminou a 10 de fevereiro de 2025, não existindo qualquer outro acordo firmado com o executivo ou com o HDES.

Questionado pelos deputados sobre um possível contacto para prestação de serviços na recuperação de listas de espera, Giovanni Nigra esclareceu que, “nos últimos tempos, não” foi abordado, apesar da CUF ter “capacidade” para isso.

“Nos últimos tempos, não. Nós, enquanto CUF, estamos aqui numa lógica de complementaridade e de colaboração naquilo que for necessário. Portanto, existindo propostas ou pedidos de informação, cá estaremos para responder”, garantiu na comissão.

O diretor da CUF/Açores deixou ainda claro que existem desde sempre “boas relações institucionais” tanto com o Governo como com o HDES e fez um “balanço positivo” da colaboração após o incêndio, apesar de algumas “situações difíceis de gerir”, como foi o caso do funcionamento das urgências partilhadas entre os dois hospitais.

Giovanni Nigra garantiu ainda que a CUF se mostrou disponível para “ajudar durante o tempo que fosse necessário” e sem qualquer “vantagem económico-financeira”, mas mantendo a sua oferta em saúde que acabou por ser “prejudicada” pela colaboração, uma vez que a atividade do hospital privado decresceu durante a parceria com o HDES, assegurou na comissão de inquérito.