Mais de dez mil já assinaram petição a pedir demissão da presidente da Raríssimas
12 de dez. de 2017, 11:16
— Lusa/AO online
A
petição, dirigida nomeadamente ao Presidente da República, ao
presidente da Assembleia da República e ao primeiro-ministro, considera
“inadmissível” que Paula Brito e Costa “continue a desempenhar funções
até que sejam averiguadas todas as provas expostas na reportagem pela
jornalista Ana Leal da TVI”.No
site peticaopublica.com, o texto da petição a pedir a demissão imediata
da Presidente da Raríssimas tinha hoje de manhã, pelas 10:00, mais de
10.100 assinaturas. Os
autores da petição pedem para que a "justiça seja feita perante todos
os funcionários da mesma instituição e principalmente pelos seus
doentes".O
canal televisivo TVI divulgou no sábado uma reportagem sobre a gestão da
associação Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras,
financiada por subsídios do Estado e donativos. A investigação mostra
documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade
social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que
alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos
pessoais.Na
segunda-feira, a Procuradoria-Geral da Republica (PGR) informou que o
Ministério Público está a investigar a Raríssimas, após uma denúncia
anónima relativa a alegadas irregularidades na gestão financeira e ao
uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.Também
na segunda-feira, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social anunciou que vai “avaliar a situação” da Raríssimas e “agir em
conformidade”, após a denúncia de alegadas irregularidades na gestão
financeira e de uso indevido de dinheiros da associação pela sua
presidente.Antes
da posição do ministério, a direção da Raríssimas divulgou um
comunicado na rede social Facebook no qual diz que as acusações
apresentadas na reportagem são “insidiosas e baseadas em documentação
apresentada de forma descontextualizada”, afirmando que as despesas da
presidente em representação da associação estão registadas
“contabilisticamente e auditadas, tendo sido aprovadas por todos os
órgãos da direção”.A
direção da Raríssimas destaca ainda que, “contrariamente ao que foi
dito na reportagem, não está em causa a sustentabilidade financeira” da
associação.Quanto
aos valores de vencimentos que a reportagem mostra, diz a Raríssimas
que “foram artificialmente inflacionados” e que os ordenados que paga se
baseiam na “tabela salarial definida pela CNIS - Confederação Nacional
das Instituições de Solidariedade Social”.