Mais de 65% dos arrendatários estão na mesma habitação há menos de 10 anos
8 de fev. de 2023, 19:00
— Lusa
“Em
relação aos alojamentos arrendados por escalões de anos de residência
do agregado no alojamento, em 2021, 60,6% eram referentes a alojamentos
cujos agregados familiares residiam entre 1 a 9 anos no alojamento.
Todavia, 12,7% eram relativos a alojamentos com agregados familiares que
residiam no alojamento há 40 ou mais anos”, refere o estudo “O que nos
dizem os Censos sobre a habitação”, apresentado na sede do INE, em
Lisboa.O INE registou 922.810 contratos de
arrendamento durante os Censos 2021, dos quais 61,4% apresentavam
valores de renda entre 200 e 500 euros, e que apresentavam uma média de
334 euros de renda mensal.“Os alojamentos
com valores de renda mensal inferiores a 20 euros correspondiam a 4,0%
do total. Os alojamentos com valores de renda mensal superiores a 650
euros correspondiam, no seu conjunto, a 8,5% do total de alojamentos
arrendados. Os alojamentos com rendas mensais superiores a 1.000 euros
representavam 2,2%”, acrescenta o instituto estatístico.Área
Metropolitana de Lisboa (4,6%), Algarve (1,6%), Alentejo Litoral (1,3%)
e Área Metropolitana do Porto (1,2%) eram as NUTS III com maior
proporção de alojamentos com rendas superiores a mil euros.Região
Autónoma da Madeira (31,9%), Alto Alentejo (24,3%), Região Autónoma dos
Açores (23,2%) e Área Metropolitana do Porto (22,0%) registavam a maior
proporção de alojamentos com rendas até 99 euros.Em
2021, 63.217 contratos (6,9%) contavam com algum tipo de apoio ao
arrendamento, sendo a maioria associados por renda social ou apoiada
(40.017 alojamentos, 4,3%).Num debate após
a apresentação do estudo, a diretora do Observatório da Habitação, do
Arrendamento e da Reabilitação Urbana, Maria da Graça Igreja, registou
que há 151.620 com rendas anteriores a 1990.Entre
os 4.142.581 alojamentos familiares clássicos 2.900.093 estão ocupados
pelos proprietários, dos quais 38,4% (1.112.875) tinham encargos mensais
com a aquisição.“Em 39,4% dos
alojamentos, os proprietários residiam no alojamento há um período entre
10 a 19 anos. Em contrapartida, em 29,0% dos alojamentos ocupados por
proprietários sem encargos associados à aquisição de habitação, o número
de anos de residência era superior a 40 anos”, sublinhou o INE.As
áreas metropolitanas de Lisboa e Porto apresentavam as maiores
proporções de proprietários com encargos financeiros associados à
aquisição de habitação (47,8% e 44,1%), enquanto o Alto Tâmega (16,9%)
era a NUT III com menor proporção.Em mais
de metade dos alojamentos (52,8%), as mensalidades situavam-se entre os
200 e os 400 euros, com os valores de encargos inferiores a 100 euros a
corresponderem a 3,2% do total e os alojamentos com encargos superiores a
650 euros a 8,6% do total.Tal como na
dominância quanto às proporções, também os valores com encargos eram
liderados pelas Área Metropolitana de Lisboa (397,0 euros), sendo
seguida pela Região Autónoma da Madeira (394,3 euros) e Algarve (374,3
euros). O valor médio do país situou-se nos 360,5 euros.