Mais de 620 pessoas morreram nos 35.704 acidentes nas estradas portuguesas em 2019
21 de dez. de 2020, 09:17
— Lusa/AO Online
Segundo
o relatório de 2019 hoje divulgado pela ANSR, os dados indicam que no
ano passado 626 pessoas morreram nos acidentes rodoviários nas estradas
portuguesas, que provocaram 2.168 feridos graves e 43.183 feridos
ligeiros (indicadores a 30 dias).Comparando
com 2018, “o número de acidentes com vítimas aumentou 4% (mais 1.469)”,
tendo diminuído “em 9% o número de vítimas mortais (menos 49)”, refere a
ANSR.Apesar da descida do número de
vítimas mortais, os feridos graves subiram 9%, o equivalente a 173
pessoas, e os feridos ligeiros aumentaram 4% (mais 1.848). Em
resultado da redução no número de vítimas mortais, o índice de
gravidade diminuiu de dois mortos por cada 100 acidentes com vítimas em
2018 para 1,8 em 2019.“Verifica-se uma
redução progressiva do Indicador de Gravidade (IG) em função do aumento
do número médio de anos de carta dos condutores envolvidos, ou seja,
quanto maior o número de anos de carta menor o IG dos acidentes em que
estão envolvidos”, escreve a ANSR.Os dados
hoje conhecidos indicam ainda que as taxas de reprovação nas inspeções
periódicas obrigatórias, bem como nas reinspeções, “têm vindo a descer
em todas as categorias”, uma tendência contrária à que se verifica
noutros países europeus, como por exemplo a Alemanha, a Suécia ou o
Reino Unido.“Entre 1995 e 2019, os
investimentos em infraestruturas e em veículos mais seguros, juntamente
com uma política integrada de segurança rodoviária, foram decisivos para
salvar 26 mil vidas e evitaram 187 mil feridos graves, que, em termos
de custos económicos e sociais da sinistralidade rodoviária, representam
mais de 4,5 vezes o valor investido em infraestruturas rodoviárias mais
seguras”, considera a ANSR.Os dados
indicam ainda que entre 2000 e 2018 Portugal reduziu 58% o número de
vítimas mortais por milhão de habitantes, posicionando-se em 11.º lugar
na lista dos países que mais reduziram o número de vítimas mortais,
embora quatro pontos percentuais acima da média da UE28 (-26%).“Estima-se
que o custo económico e social dos acidentes com vítimas em 2019 seja
na ordem dos 3.714 milhões de euros, o que equivale a praticamente 1,6%
do PIB [Produto Interno Bruto] nacional”, indica a Autoridade de
Segurança Rodoviária.Segundo o relatório,
em 2019 foram fiscalizados 89,6 milhões de veículos (mais 4% do que em
2018) e registaram-se 1,4 milhões de infrações (mais 18%).Comparativamente
a 2018, verificou-se um aumento absoluto de cerca de 18% no total de
infrações, sendo que o rácio de infrações por veículo fiscalizado
aumentou 0,19 pontos percentuais, passando de 1,39% para 1,58%.Em
2019, 157.496 condutores foram sancionados com subtração de pontos na
carta de condução, um número cerca de 3,3 vezes superior ao de 2018, que
foi de 47.690 condutores.A ANSR considera
“necessário reforçar o compromisso da sociedade com a segurança
rodoviária”, recorda que o combate à sinistralidade rodoviária “é uma
responsabilidade de todos e exige um esforço partilhado”.“É
também uma responsabilidade de todos nós como cidadãos através do nosso
comportamento. Só assim se conseguirá uma diminuição sustentada e
consistente da sinistralidade rodoviária e se obterão resultados
significativos na luta contra as suas consequências”, sublinha.O
Relatório de Segurança Rodoviária hoje divulgado tem uma versão mais
detalhada que, além de apresentar os resultados consolidados e a 30 dias
da sinistralidade rodoviária em Portugal durante o ano de 2019,
comparando-os com os resultados da última década, inclui uma análise da
sua envolvente - condutor, veículo e infraestrutura.Inclui
também a comparação com a União Europeia, dos custos que a
sinistralidade representa para a sociedade e dos principais resultados
da fiscalização rodoviária.