Atentados de 11 de Março
Mais de 40 mil anos de prisão para responsáveis por atentado
A Audiência Nacional espanhola condenou esta terça-feira a mais de 40 mil anos de prisão três dos oito principais acusados dos atentados de 11 de Março de 2004.

Autor: Lusa / AO online
Os três acusados foram considerados culpados pelos assassínios e por tentativas de assassínios terroristas e ficarão na prática com as penas de prisão limitadas a 40 anos para cada um.

Os três dos oito principais acusados são os marroquinos Jamal Zugan, reconhecido como culpado de ter colocado as bombas, e Othman al-Ghadui, e o espanhol José Emílio Suarez Trashorras, os dois considerados “colaboradores necessários” para os atentados por terem participado no fornecimento dos explosivos à célula islâmica.

Por outro lado, o Tribunal espanhol surpreendeu por ter absolvido de qualquer crime Radei Osman El Sayed, “Mohamed O Egípcio”, que foi apresentado pela acusação como um dos três organizadores dos atentados.

Os dois outros acusados, que foram apresentados como organizadores dos atentados, os marroquinos Yussef Belhadj e Hassan al-Haski, foram condenados a penas de prisão inferiores a 20 anos por pertencerem a um grupo terrorista.

No total, sete dos 28 acusados foram absolvidos de qualquer crime.

A sentença da Audiência Nacional, tribunal especial para julgar casos de terrorismo, refere que nenhuma prova permite afirmar que a organização terrorista ETA esteve por trás dos atentados.

A leitura da sentença do pior atentado terrorista cometido em território espanhol despertou uma enorme expectativa política, social e mediática em Espanha.

Todas as cadeias de televisão espanholas transmitiram em directo a leitura da sentença pelo juiz Gómez Bermudez, à qual assistiram 27 dos 28 acusados e uma ampla representação das vítimas.

O julgamento dos atentados de 11 de Março de 2004 em Madrid - dos quais resultaram 191 mortos e mais de 1.841 feridos - decorreu entre Fevereiro e Julho deste ano.