Mais de 40% da população em idade ativa tem 55 e mais anos
22 de set. de 2017, 17:25
— Lusa/AO online
Segundo uma nota técnica divulgada
hoje pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), que tem por base
as estimativas do Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de
Estatística (INE), o peso da população em idade ativa com 55 e mais anos
aumentou 0,6 pontos percentuais face ao trimestre homólogo. "As
estimativas do Inquérito ao Emprego confirmam a tendência gradual para o
envelhecimento da população em idade ativa, em particular nos últimos
anos", lê-se no documento. A maior parte da população mais velha
em idade ativa tinha entre 55 e 64 anos (15,5%), seguindo-se a população
com 65 a 74 anos (12,7%) e por fim a população com 75 ou mais anos
(12%). Do total da população em idade ativa com 55 e mais anos
(3,6 milhões), mais de um milhão estava a trabalhar, constituindo 21,6%
da população empregada em Portugal, revela a nota do GEP. "A
população empregada com 55 e mais anos foi estimada em 1.027,6 mil" no
segundo trimestre de 2017, dos quais 565,1 mil são homens (55%) e 462,5
mil mulheres (45%), lê-se no documento. Face ao mesmo trimestre
de 2016, houve um aumento de 9,1% do número de pessoas com 55 e mais
anos a trabalhar, excedendo o crescimento da população empregada com
idade entre os 15 e os 64 anos, cuja subida foi de 2%. Por outro lado, de acordo com o GEP, havia no segundo trimestre 75,5 mil desempregados com 55 e mais anos. O
gabinete do Ministério do Trabalho faz ainda uma análise à informação
estatística publicada todos os meses pela Segurança Social, para aferir o
peso relativo da população mais velha nas várias prestações
contributivas. Segundo a análise, entre 2007 e 2016, a população
com 55 e mais anos representou 21% dos beneficiários que, em cada ano,
recebeu pelo menos uma prestação de desemprego. "Essa proporção apenas
se alterou nos anos da crise (2009 a 2013), em que desceu para cerca de
18%", dado o aumento do desemprego nas outras faixas etárias. Analisando
por mês, o peso sobe para mais de 30% devido a uma maior permanência no
desemprego, em consequência dos períodos de concessão mais alargados
para as pessoas mais velhas. Em junho, por exemplo, 32,5% dos beneficiários de prestações de desemprego (mais de 62 mil) tinham 55 e mais anos. Quanto
ao subsídio de doença, em 2016, a população com 55 e mais anos
representou 18,2% no total de beneficiários desta prestação social. Por
mês, a proporção aumenta para mais de 25%, em média. Em junho, mais de
34 mil pessoas estavam a receber subsídio de doença. A população com 55 e mais anos representou ainda 15,6% dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) em 2016.