Mais de 26 milhões de doses de vacinas administradas em Portugal desde a primeira, há dois anos
Covid-19
27 de dez. de 2022, 11:58
— Lusa/AO Online
A campanha de
vacinação contra a doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2
arrancou simbolicamente no Hospital de São João, no Porto, faz hoje
precisamente dois anos, quando António Sarmento recebeu, na presença da
então ministra da Saúde, Marta Temido, aquela que deverá ter sido a
vacina mais mediática. O primeiro lote de
vacinas tinha chegado a Portugal no dia anterior e tinha sido
desenvolvido pela Pfizer-BioNTech. Por as vacinas serem ainda poucas a
nível mundial o primeiro lote foi destinado a profissionais de saúde,
mais expostos à covid-19.As vacinas,
desenvolvidas também por outras farmacêuticas, haveriam de chegar com
regularidade ao país, primeiro para pessoas de grupos considerados
prioritários (como pessoas idosas, com doenças, ou profissionais de
saúde, trabalhadores de lares e de serviços essenciais) mas depois
alargadas a toda a população.Há dois anos,
nesta data, a covid-19 (nove meses após o primeiro caso registado no
país) já tinha provocado 6.556 mortes, dos 392.996 casos de infeção
confirmados, segundo os dados de então da Direção-Geral da Saúde.Sempre
facultativa, a vacina foi nos últimos dois anos administrada a quase
todas as faixas etárias (a partir dos cinco anos), com todas as pessoas
com mais de 25 anos a terem recebido pelo menos uma dose, e foram dadas
doses de reforço, estando atualmente disponível (desde dia 22) a
vacinação de reforço para pessoas com mais de 50 anos na modalidade
“Casa Aberta”, sem necessidade de marcação.A
modalidade continua também disponível para grupos profissionais
prioritários (com recurso a senhas digitais) e para a vacinação e
reforço de pessoas entre os 18 e 59 anos e vacinação primária acima dos
12 anos.O reforço da vacina contra a
covid-19 define como grupos prioritários pessoas com 60 ou mais anos;
grávidas com idade igual ou superior a 18 anos e doenças definidas pela
norma publicada pela Direção-Geral da Saúde; pessoas com 12 ou mais anos
com patologias de risco, estudantes em estágio clínico, bombeiros
envolvidos no transporte de doentes e profissionais de Estabelecimentos
Prisionais. Segundo os últimos dados
oficiais a atual campanha de vacinação outono-inverno, de reforço, já
abrangeu mais de 2,9 milhões de pessoas.Atualmente
estão disponíveis em Portugal oito tipos diferentes de vacinas e
segundo o Ministério da Saúde, nos dois anos do programa de vacinação,
entre primeiras doses e doses de reforço, foram administrados 26,5
milhões de doses.Um balanço do Ministério
da Saúde indica também que foram inutilizados quase 2,1 milhões de
doses, por ter expirado o prazo de validade, correspondendo a 5,5% do
total, uma das menores taxas de inutilização na Europa. O
Governo diz também que para otimizar as doses de vacinas disponíveis,
Portugal procedeu desde 2021 à revenda e doação de vacinas, tendo já
sido doados cerca de oito milhões de vacinas e revendidos mais de 2,5
milhões de doses.Até agora, de acordo com a
mesma fonte, Portugal recebeu 38,5 milhões de doses de vacinas, de
diversas tecnologias, em articulação com outros países da União
Europeia, num processo liderado pela Comissão Europeia.A Lusa questionou o Ministério da Saúde sobre os custos de todo o processo de vacinação mas não obteve resposta.De
acordo com estimativas internacionais, as vacinas permitiram salvar
cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, estima-se
que as vacinas preveniram 1,2 milhões de infeções e evitaram cerca de 12
mil mortes.