Mais de 200 autarquias não estão preparadas para enfrentar alterações climáticas
15 de mar. de 2022, 12:21
— Lusa/AO Online
Em comunicado para
assinalar o Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores e marcar o
lançamento da campanha “Alterações Climáticas: o seu município está
preparado?”, a Deco diz ter analisado as medidas dos 308 municípios para
enfrentar as alterações climáticas e concluiu que 55 não têm qualquer
plano de adaptação e 227 não estão preparados.“Entre
as autarquias que têm plano, 172 aderiram a planos intermunicipais, o
que significa que apenas 81 concelhos estão preparados para as
alterações climáticas”, segundo a análise da Deco.A
associação analisou igualmente a transparência da informação prestada
aos consumidores através dos sites dos municípios, tendo concluído que
93% não informam sobre que medidas estão a ser implementadas no
concelho.Conclui também que 83% não têm
esclarecimentos sobre as vulnerabilidades climáticas do município, os
impactos já ocorridos e as projeções climáticas que já afetam ou
afetarão o concelho.Por isso, a associação
de defesa do consumidor - Deco defende que todos os municípios devem
dispor de soluções locais para responder às alterações climáticas nas
áreas da mobilidade, habitação, gestão de resíduos, eficiência hídrica e
alimentação.Tendo em conta os resultados
da análise, a Deco diz que “este é ainda um caminho lento face à
necessidade urgente de preparar, envolver e proteger os cidadãos face às
alterações climáticas!”.“Sentimos que os
consumidores estão a ser esquecidos neste processo. Assim, no Dia
Mundial dos Direitos dos Consumidores, lançamos a campanha ‘Alterações
Climáticas: o seu município está preparado?’, onde queremos recolher
problemas que os cidadãos vivem no seu município como consequência da
atual transição climática”, sublinha a associação.Por
isso, a Deco considera ser fundamental que cada autarquia defina um
plano de adaptação às alterações climáticas que incluam medidas como a
criação de um fundo para proteger os consumidores e respetivos bens face
a fenómenos climáticos extremos, cujo valor variará consoante o grau de
exposição do município aos riscos climáticos.Defende
igualmente a renovação do edificado público e medidas de apoio à
renovação das habitações privadas e o aceleramento da desindexação da
tarifa de resíduos ao consumo de água, promovendo o equilíbrio do
poluidor-pagador e a proteção dos consumidores.