Mais de 20 sublinhagens da variante Delta detetadas nas últimas semanas
Covid-19
9 de nov. de 2021, 15:29
— Lusa/AO Online
Segundo
o relatório hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor
Ricardo Jorge (INSA), 22 sublinhagens da Delta foram “detetadas
consecutivamente” nas últimas três semanas com análises concluídas e na
semana ainda com dados provisórios.O INSA
ressalva que a discriminação das sublinhagens, que têm o prefixo “Y”,
não indica que apresentem maior transmissibilidade do vírus, associação a
doença severa ou maior capacidade de evasão ao sistema imunitário.Relativamente
à AY.4.2, a que tem suscitado particular interesse na comunidade
científica internacional devido à sua crescente prevalência no Reino
Unido, o relatório adianta que, após várias semanas com frequências
reduzidas, verificou-se um “aumento da circulação desta sublinhagem” nas
semanas entre 18 e 24 e 25 e 31 de outubro, representando 1,8% e 3,2%
das amostras a nível nacional.“Contudo, é
de notar que os casos detetados nesse período foram exclusivamente no
Algarve (16 casos) e na Madeira (três casos)”, refere o INSA, ao
explicar que esta sublinhagem apresenta duas mutações adicionais na
proteína `spike´ do vírus, responsável pela ligação e entrada do
SARS-CoV-2 nas células humanas.Foram
detetadas até à data 28 casos associados a esta sublinhagem em Portugal,
os quais representam várias introduções independentes no país.As 10.943 sequências da Delta analisadas pelo INSA dividem-se em mais de 40 sublinhagens.De
acordo com o instituto, entre 11 e 24 de outubro, a variante Delta
continuou a ser dominante em todo o país, não tendo sido detetados casos
da Gamma desde setembro e da Beta desde julho.No
âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2,
foram já analisadas 20.424 sequências do genoma do novo coronavírus,
obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e
outras instituições, representando 303 concelhos de Portugal.Em
junho, o instituto anunciou um reforço da vigilância das variantes do
vírus que causa Covid-19 em circulação em Portugal, através da sua
monitorização em contínuo.Segundo o INSA,
esta estratégia permitiu uma melhor caracterização genética do
SARS-CoV-2, uma vez que os dados são analisados continuamente, deixando
de existir intervalos de tempo entre análises, que eram dedicados,
essencialmente, a estudos específicos de caracterização genética
solicitados pela saúde pública.