Maioria socialista no parlamento açoriano chumba nova escola na Povoação
14 de fev. de 2020, 13:21
— Lusa/AO Online
O projeto de resolução
apresentado pelo Partido Comunista denuncia que a “política de
adiamentos sistemáticos de obras escolares prementes, sempre que não é
possível passá-las para a responsabilidade das autarquias, está a
revelar-se, cada vez mais, uma opção política desastrosa” e pedia com
caráter de urgência a construção de uma nova Escola Básica e Secundária
da Povoação, na ilha de São Miguel.Citando
o parecer da Assembleia da EB 2,3/S Maria Isabel do Carmo Medeiros e as
petições da comunidade escolar que denunciam, já desde 2008, um “espaço
claustrofóbico” que não permite, por exemplo, a criação de espaços de
convívio, salas de estudo, biblioteca devidamente dimensionada, salas
para Educação Musical ou Educação Tecnológica, ou espaços para a prática
de Educação Física, toda a oposição defendeu a iniciativa comunista,
que acabou por ser chumbada pela maioria socialista.Durante
o debate, que aconteceu esta tarde na Assembleia Legislativa dos
Açores, o secretário regional da Educação, Avelino Meneses, afirmou que
“o PCP ancora este projeto de resolução nalguma demagogia e
inclusivamente nalgumas falsidades”.O
governante considerou que “o retrato de uma escola de 1964, com mais de
50 anos, sem qualquer conservação, com telhados de amianto e com falta
de espaço não corresponde, de todo à verdade”, indicando que o executivo
investiu, nos últimos cinco anos, mais de 350 mil euros na Escola da
Povoação e que estão já identificadas várias intervenções futuras.“Com
recursos finitos (…), se razões houvesse, e só poderiam ser de
segurança, a construção de uma nova escola na Povoação, teria de se
fazer à custa de um outro projeto já planeado”, prosseguiu.O
PS, que chumbou a proposta, frisou que “a escola em causa fica situada
no centro da Vila da Povoação, local onde a esmagadora maioria da
comunidade a quer manter”, e a construção de um novo edifício implicaria
a sua deslocação e, por isso, consideram “óbvio que a solução de
intervenção que tem vindo a ser realizada é a que melhor serve”,
explicou a parlamentar Maria Eduarda Pimenta.João
Paulo Ávila, deputado socialista, adiantou ainda, em declaração de
voto, que o partido votou contra a proposta porque “este é um projeto de
resolução em que o partido proponente tenta esvaziar o que efetivamente
conversou quando se deslocou à Povoação”.No
parlamento açoriano estão representados os grupos parlamentares do PS,
em maioria, com 30 deputados, do PSD, com 19 deputados, do CDS-PP, com
três deputados e do BE, com dois deputados, e ainda as representações
parlamentares, com um deputado, do PCP e PPM e a deputada independente
Graça Silveira, que abandonou a bancada centrista em outubro.