Maioria dos portugueses considera insuficientes apoios à ciência na saúde
21 de nov. de 2024, 11:07
— Lusa/AO Online
A
sondagem foi realizada pela empresa de estudos de mercado Spirituc para
a farmacêutica AstraZeneca, a comemorar 25 anos em Portugal e que
organiza hoje um evento nas suas instalações, em Barcarena, Oeiras, que
inclui uma mesa-redonda sobre os desafios e contributos futuros da
ciência para a saúde com a participação de académicos e do ex-ministro
da Educação Marçal Grilo.O estudo de
opinião agrega informação recolhida entre 17 de outubro e 05 de novembro
a partir de questionários 'online' e envolve uma amostra de 1.007
pessoas com 18 ou mais anos, a maioria (96%) portugueses e mulheres
(51%) e mais de metade com formação superior e empregados por conta de
outrem.Segundo o estudo "Ciência em
Portugal: Perceções e Atitudes - A Visão dos Portugueses", a maioria
(57,8%) das pessoas considera que os apoios em Portugal à investigação
na área da saúde, públicos e privados, são insuficientes para as
necessidades e mais de metade (64,4%) acha que o setor privado deveria
ter um papel mais ativo, por exemplo na atribuição de bolsas de
investigação.Quase sete em cada 10
portugueses reconhecem que Portugal tem grandes cientistas, mas que são
obrigados a emigrar para desenvolverem o seu trabalho. Apesar
desse reconhecimento, a maioria (71,5%) dos inquiridos não conhece um
cientista português ou alguém que se tenha destacado na ciência em
Portugal.Numa subamostra de 287 inquiridos
que responderam conhecer um nome da ciência nacional, um terço designou
Egas Moniz como o maior cientista português de todos os tempos,
seguindo-se António Damásio (17,8%) e Sobrinho Simões (9,1%).De
acordo com a sondagem, a inteligência artificial (IA) surge à cabeça
como o domínio que teve maiores avanços nos últimos 25 anos e que terá
nos próximos 25, sendo considerada pela maioria (63,8%) das pessoas como
tendencialmente vantajosa para a ciência, embora a sua utilização possa
ter riscos associados.Depois das vacinas
para a covid-19, como a que foi produzida pela farmacêutica AstraZeneca,
a IA é apontada como o desenvolvimento científico mais marcante no
mundo no último quartel de século.Segundo o
inquérito, mais de metade (74,7%) dos portugueses procuram informação
relacionada com ciência, saúde e novos desenvolvimentos científicos,
acima de tudo através de motores de busca e páginas generalistas na
internet, apesar de esta ser uma fonte por vezes duvidosa para metade
das pessoas. Não obstante o interesse pela
ciência ou saúde, metade das pessoas visita raramente exposições ou
museus e lê ocasionalmente notícias sobre estas temáticas. Quase metade
assiste esporadicamente a documentários de cariz científico.Menos
de metade dos inquiridos manifesta ter bons conhecimentos sobre
tecnologias da informação, IA, energias renováveis e inovação na saúde e
na ciência.A maioria (80,2%) acha que os
portugueses não estão informados sobre as principais investigações e
inovações científicas na área da saúde desenvolvidas em Portugal, com
mais de metade (55,5%) a considerarem que a forma como o conhecimento e
os novos desenvolvimentos científicos são comunicados é tendencialmente
difícil de compreender para a generalidade das pessoas. O
inquérito "Ciência em Portugal: Perceções e Atitudes - A Visão dos
Portugueses" conclui que oito em cada 10 pessoas estão interessadas em
inovações científicas, sobretudo relacionadas com meios de diagnóstico e
tratamento, identificação precoce de doenças, novos medicamentos e
vacinas, meio ambiente e energias renováveis, que são também os campos
que "têm maior impacto na vida".