Maioria dos novos multimilionários no mundo tem origem na China
A maioria dos novos multimilionários, em 2015, surgiram na China, enquanto Pequim é a cidade do mundo com mais pessoas cuja fortuna supera os mil milhões dólares, segundo uma unidade de investigação sedeada em Xangai.

Autor: Lusa/AO Online

O estudo, elaborado pela Hurun Report Inc, detalha que entre os 99 novos multimilionários surgidos globalmente, 90 vivem na China continental ou em Hong Kong, Macau e Taiwan, que Pequim considera uma província sua.

O contabilista britânico Rupert Hoogewerf, fundador da Hurun Report Inc, justificou o aumento do número de multimilionários no país com "os lucros obtidos por novas empresas no mercado de capitais".

A Hurun, considerada a Forbes chinesa, publica anualmente uma lista das personalidades mais ricas do mundo.

No conjunto, aquela unidade de investigação calcula que existam 2.188 pessoas com uma fortuna superior a 1.000 milhões de dólares (907 milhões de euros).

A mesma pesquisa indica que o país asiático ultrapassou pela primeira vez os Estados Unidos da América (EUA) em número de multimilionários, apesar do abrandamento da economia, que cresceu este ano 6,9%, o valor mais baixo do último quarto de século.

A nação mais populosa do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes, tem agora 568 multimilionários, ligeiramente acima do registado nos EUA (535).

No conjunto, a fortuna dos multimilionários chineses ascende a 1,4 biliões de dólares (mais de 1,2 biliões de euros).

Pequim aparece como a cidade onde vivem mais "super-ricos", um total de 100, seguida por Nova Iorque (95). As metrópoles chinesas de Xangai e Hangzhou, na costa leste, e Shenzhen, no sul, constam também do "top 10".

Guo Guangchang, o presidente do grupo Fosun, que comprou em Portugal a Fidelidade e a Luz Saúde, surge como o 221.º homem mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em 6,1 mil milhões de dólares (mais de 5,5 mil milhões de euros).

A fortuna pessoal de Guo aumentou 27%, em termos homólogos, indica a Hurun Report Inc.

A China representa 10% da riqueza mundial e desde o início do século o Produto Interno Bruto (PIB) chinês quintuplicou.

Apesar de a Constituição continuar a definir o país como "um Estado socialista liderado pela classe trabalhadora e assente na aliança operário camponesa", o fosso social mantém-se acima do "nível alarmante" definido pela ONU.

Segundo os critérios do Banco Mundial, cerca de 200 milhões de chineses vivem na pobreza.