Maioria dos municípios com mais subidas do que descidas nos rendimentos declarados no IRS 2018-2020
23 de mai. de 2023, 18:45
— Lusa
Segundo o Instituto
Nacional de Estatística (INE), esta análise retrata a mobilidade dos
sujeitos passivos na distribuição do rendimento, privilegiando o nível
do município, correspondendo os decis aos valores de rendimento que
dividem em 10 partes iguais o conjunto ordenado de dados do rendimento,
considerando a distribuição em cada município, entre 2018 e 2020.No
relatório, hoje divulgado, o INE revelou que a maior proporção de
sujeitos passivos que subiram dois ou mais decis na distribuição do
rendimento bruto declarado deduzido do IRS, entre 2018 e 2020, foi
registada no município de Odemira (16,9%) e a menor no município de
Bragança (8,5%).Na análise municipal da
proporção de sujeitos passivos que desceram dois ou mais decis na
distribuição do rendimento no mesmo período é destacado o município de
Albufeira com o maior valor (16,9%) e o município de Montalegre (6,9%)
com o menor valor, acrescentou o INE.“A
análise conjunta dos dois indicadores anteriores, ao nível municipal,
revela que em 96% dos municípios (em 297 municípios com informação
disponível), a deslocação em sentido ascendente na distribuição do
rendimento entre 2018 e 2020 foi mais expressiva do que a mobilidade
descendente e indicia também uma associação positiva forte entre a
intensidade da mobilidade ascendente e descendente na distribuição do
rendimento”, sublinhou.Ainda segundo o
INE, os maiores níveis de mobilidade ascendente verificaram-se em
municípios localizados sobretudo na Região Autónoma dos Açores, no
Algarve e no Alentejo.O INE destacou
também que a análise no Continente sugere um contraste Norte/Sul,
“registando os municípios do Norte do país menor expressão neste
indicador, evidenciando-se, contudo, maiores níveis de mobilidade em
municípios em torno das áreas metropolitanas”.O
Alentejo Litoral foi a sub-região onde se verificou a maior amplitude
entre municípios da proporção de sujeitos passivos que subiram dois ou
mais decis na distribuição do rendimento, com o menor valor a
registar-se em Santiago do Cacém (11,0%) e o maior em Odemira (16,9%).A
Região de Leiria registou a menor disparidade entre municípios, com a
menor proporção a verificar-se em Ansião (11,2%) e a maior em Porto de
Mós (12,9%).Quanto aos maiores níveis de
mobilidade descendente, entre 2018 e 2020, Albufeira registou a maior
proporção de sujeitos passivos que desceram dois ou mais decis na
distribuição do rendimento (16,9%) e “o valor mais baixo observou-se em
Montalegre: em 2020, apenas 6,9% dos sujeitos passivos desceram dois ou
mais decis na distribuição do rendimento, face a 2018”.A
sub-região da Beira Baixa registou a menor diferença entre municípios
da proporção de sujeitos passivos que desceram dois ou mais decis na
distribuição do rendimento - o menor valor registou-se em Oleiros (8,1%)
e o maior em Penamacor (9,8%), enquanto o Algarve registou a maior
disparidade - entre os municípios de Faro (11,3%) e Albufeira (16,9%).O
INE destacou ainda que, no período em análise, o PIB do país registou
um decréscimo nominal de 2,3%, refletindo os efeitos da crise pandémica
na atividade económica, que foram assimétricos ao nível sub-regional,
com oscilações da taxa de variação nominal do PIB entre -18,6% no
Alentejo Litoral e +4,4% em Viseu Dão Lafões. Na
Área Metropolitana de Lisboa, a sub-região com maior contributo para o
PIB do país, a taxa de variação foi -2,7%, segundo o instituto de
estatística.Já o rendimento ao nível
local, o valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do IRS
liquidado por sujeito passivo registou, em 2020, um crescimento de 5,9%
face a 2018, com variações entre os +3,0% no Algarve e +10,4% na
sub-região do Douro. O relatório completo do INE está disponível no ‘site’ do instituto, em www.ine.pt.