Maioria dos docentes dá aulas por videoconferência e admite trabalhar mais
Covid-19
26 de mai. de 2020, 10:10
— Lusa/AO Online
Segundo
os resultados preliminares de um inquérito da Universidade Nova de
Lisboa, sobre o ensino à distância, os 2.647 professores inquiridos
dizem trabalhar, em média, mais 11 horas por semana e 88% afirmam dar
aulas através de videoconferência.Entre
aqueles que não optaram por esta ferramenta estão, sobretudo, educadores
do pré-escolar (cerca de 44% de educadores) e do primeiro ciclo (cerca
de 14%).A adesão dos alunos tem sido
positiva, segundo os docentes que responderam ao inquérito do Centro de
Economia da Educação da Faculdade de Economia (Nova SBE) entre 5 e 19
de maio, e aqueles que utilizam as plataformas de videoconferência
afirmam que 86% dos seus alunos assiste às aulas.Por
outro lado, os docentes avaliam em 4,5 (numa escala de 1-7) a
capacidade de apreensão da matéria por parte dos alunos nestas aulas
síncronas, em que a assiduidade e participação são dois dos critérios de
avaliação adotados pela maioria dos professores (67,7% e 64,8%), além
da recolha de trabalhos de casa (84,1%).Durante
o 3.º período, o acesso aos dispositivos tecnológicos que permitem
acompanhar as aulas ‘online’ continua a ser uma dificuldade e, em média,
os professores reportam que 15% dos seus alunos não têm acesso a
computador com internet em casa.Os autores
do estudo notam, no entanto, que apesar deste valor ser mais baixo em
relação ao reportado na primeira ronda do inquérito, no final de março,
continua a registar-se “uma grande variabilidade nas respostas a esta
questão, com uma percentagem significativa de professores a reportar um
número elevado de alunos sem computador com acesso a Internet”.“Tal
levanta a necessidade de se aferir quais os alunos que tiveram um
acesso incompleto aos conteúdos curriculares durante este período, e que
devem ser sinalizados no início do próximo ano letivo”, continua o
relatório.A 20 de abril, a RTP Memória
lançou o espaço #EstudoEmCasa, com aulas através da televisão, que
abrange aulas destinadas aos alunos entre o primeiro e o nono ano de
escolaridade.A transmissão televisiva de
conteúdos educativos foi uma das propostas do Governo para mitigar as
dificuldades de acesso ao ensino, em tempos de trabalho à distância, dos
alunos mais carenciados, mas iniciativa foi bem recebida por muitos dos
professores, que incluíram a ferramenta nas suas planificações para o
3.º período.Estas aulas foram também
analisadas no inquérito da Nova SBE e, segundo os resultados, cerca de
62% dos 2.647 professores inquiridos lecionam disciplinas com aulas no
#EstudoEmCasa e a avaliação é tendencialmente positiva.Em
média, os professores avaliam em 5,2 (numa escala de 1-7) a qualidade
das aulas da RTP Memória e, numa escala de 1-5, recomendam o
visionamento aos alunos em 3,7.Por outro
lado, as respostas sobre a adesão dos alunos a estas aulas são bastante
variáveis, o que, segundo o relatório, revela que os alunos estão a
aderir de forma diferenciada.Estes
resultados traduzem as respostas de professores desde o Pré-Escolar ao
Ensino Secundário, que desde 16 de março estão a trabalhar a partir de
casa, depois de o Governo ter suspendido todas as atividades letivas
presenciais, como forma de conter a propagação do novo coronavírus.