Maioria dos docentes candidatos ao concurso extraordinário sem formação pedagógica
Hoje 16:23
— Lusa/AO Online
De acordo
com as listas publicadas no sábado pela Agência para a Gestão do Sistema
Educativo, foram validados 4.046 candidatos às 1.800 vagas a concurso
para integração nos quadros do Ministério da Educação, Ciência e
Inovação (MECI).A abertura do concurso foi
elogiada pela Fenprof, que reconhece a importância da medida para a
vinculação de professores com vínculos precários, mas sublinha que não
responde ao problema da falta de profissionais.Na
sequência de uma análise às listas, a federação sindical manifesta-se
preocupada com alguns dados, designadamente o número de candidaturas em
2.ª prioridade, ou seja, de professores sem habilitação profissional.Segundo
a Fenprof, mais de metade dos candidatos só têm habilitação própria (ou
seja, não têm formação pedagógica, adquirida através de mestrado em
ensino, e são esses os docentes que se candidatam em maior número em
todos os grupos de recrutamento, à exceção daqueles a que não podem
concorrer (pré-escolar, 1.º ciclo e educação especial) e de educação
musical.Para História do 3.º ciclo e
secundário, Português e Inglês (2.º ciclo) e Matemática e Ciências da
Natureza (2.º ciclo), mais de 80% dos candidatos não têm habilitação
profissional, exemplifica, em comunicado.“Tudo
indica que voltará a verificar-se um número significativo de docentes a
vincular apenas com habilitação própria”, antecipa a Fenprof,
sublinhando a necessidade de assegurar “instrumentos pedagógicos
adequados” e condições efetivas para que possam rapidamente iniciar, e
concluir, a profissionalização em serviço”.A
propósito da profissionalização em serviço, a Fenprof sublinha que há
professores que passaram a integrar os quadros do Ministério da Educação
em 2024, no âmbito do concurso extraordinário daquele ano, que
continuam a aguardar vaga para iniciar a profissionalização em serviço.“O
número de vagas previsto para os cursos a iniciar em 2026 é
manifestamente insuficiente face ao número de docentes vinculados e, em
muitos casos, não existem vagas nos grupos de recrutamento em que
lecionam”, alerta a federação.O problema
já tinha sido denunciado, há cerca de um mês, pela Federação Nacional da
Educação (FNE). A Lusa questionou, na altura, o MECI sobre as
limitações, sem resposta.Além do número de
candidatos sem formação pedagógica, a Fenprof destaca ainda que há
grupos de recrutamento, como Inglês (1.º ciclo), Português e Inglês (2.º
ciclo) e Matemática (3.º ciclo e secundário) em que o número de
candidatos não chega para ocupar o total de vagas.