Maioria dos casos de abusos sexuais enviados para a Justiça já prescreveu
13 de fev. de 2023, 11:44
— Lusa/AO Online
O
coordenador da Comissão Independente, Pedro Strecht, anunciou que
25 casos, de entre os 512 testemunhos validados recebidos ao longo do
ano, foram enviados para o Ministério Público.“A
maioria [dos casos] já prescreveu”, salientou depois Laborinho Lúcio,
durante a apresentação do relatório da Comissão Independente que desde
janeiro de 2022 investigou os abusos sexuais de menores na Igreja
católica portuguesa.O ex-ministro
acrescentou que a Comissão Independente não podia “ficar com estes de
dados na mão e não enviar ao Ministério Público”.De acordo com Laborinho Lúcio, a Comissão Independente não tem de fazer juízos e não tem competência no domínio.“Nós
enviámos para o Ministério Público este tipo de casos. A [nossa]
investigação parece relativamente simples, na linha tradicional de uma
investigação criminal”, realçou.A
comissão, que começou a recolher testemunhos em 11 de janeiro de 2022,
revelou hoje ter recebido 564 testemunhos, dos quais 512 foram
validados, os quais são relativos a pelo menos 4.815 vítimas.Os
casos de abusos sexuais revelados ao longo de 2022 abalaram a Igreja e a
sociedade portuguesa, à imagem do que tinha ocorrido com iniciativas
similares em outros países, com alegados casos de encobrimento pela
hierarquia religiosa a motivarem pedidos de desculpa, num ano em que a
Igreja se vê agora envolvida também em controvérsia, com a organização
da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.