MAI tranquiliza autarcas e nega reposição de fronteiras
JMJ
23 de mai. de 2023, 08:26
— Lusa/AO Online
“Sempre que há
esses grandes fluxos, neste caso na fronteira terrestre, a nossa Guarda
Nacional Republicana (GNR) coopera com a Guardia Civil espanhola e fazem
os chamados controlos de fronteira aleatórios não sistemáticos para
efeitos de regulação de fluxos e para efeitos de controlos de fronteira,
o que é diferente de reposição de fronteiras”, afirmou José Luís
Carneiro. O ministro assegurou que vai
ser feito “aquilo que foi feito em 2017”, aquando da visita do Papa
Francisco, e que, aliás, se fez agora também em Fátima, porque vieram
300 mil peregrinos.Foi divulgado que o
presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho manifestou
ao ministro da Administração Interna “desagrado e preocupação” pela
reposição de fronteiras durante a JMJ.Em
comunicado enviado às redações, a CIM do Alto Minho, que integra os 10
concelhos do distrito de Viana do Castelo, adiantou que a exposição
entregue, no sábado, a José Luís Carneiro, durante uma deslocação a
Viana do Castelo, foi decidida conjuntamente com o Agrupamento Europeu
de Cooperação Territorial (AECT) do Rio Minho.“Primeiro
não é necessário haver essa preocupação, os senhores autarcas estejam
tranquilos. Estive este fim de semana com o senhor presidente da CIM,
Manoel Batista, que me colocou a questão e eu disse-lhe que não era
necessário preocupar-se, nem era preciso nenhuma carta”, afirmou hoje o
ministro da Administração Interna, que falava aos jornalistas em Murça.
Trata-se, reforçou, de “repor controlos
aleatórios não sistemáticos porque há fluxos que vêm de toda a Europa” e
é “necessário que eles se façam garantindo a segurança”.“Esse
é um primeiro objetivo para que a JMJ decorra como deve decorrer, a
segurança é mesmo fundamental porque vamos ter aqui um milhão ou um
milhão e meio de pessoas”, afirmou.E
acrescentou: - “Muitas virão do Leste da Europa, outras virão pelo
mediterrâneo e entrarão por países da Europa e virão por vias terrestre e
há mesmo aqueles que virão da América Latina de avião e que irão sair
nos aeroportos espanhóis”. “Portanto é
necessário cooperar com os espanhóis na regulação dos fluxos nas
fronteiras em Espanha e depois no percurso terrestre que se faz até
chegar a Portugal”, salientou.Quanto à
mobilidade entre fronteiras, o ministro disse que “os senhores autarcas
podem estar tranquilos” porque, repetiu, “nada mais é do que aquilo que
já se fez em 2017 com a visita do Papa Francisco e como ainda se fez
agora há dias na denominada operação Fátima”.Para
os autarcas do Alto Minho a reposição de fronteiras seria uma medida
que “afetaria a rotina diária de milhares de pessoas que atravessam a
fronteira, à qual acresce a dinâmica turística do período em causa, a
primeira semana de agosto”. Segundo a CIM
do Alto Minho e o AECT do Rio Minho, “o período em causa, de 01 a 06 de
agosto, é marcado por uma grande intensidade turística, propiciada por
programações culturais atempadamente realizadas a pensar nos turistas,
mas também pelo regresso de milhares de emigrantes que aproveitam as
férias de verão para desfrutar na sua terra de origem”.As
duas entidades frisam que “a fronteira terrestre entre a eurocidade
Valença e Tui é a mais movimentada do país, com um volume de circulação
diário de 22.000 veículos, sendo que a eventual reposição de fronteiras,
durante a JMJ, causaria um forte transtorno nas dinâmicas comerciais e
laborais no contexto transfronteiriço”.A
JMJ, considerada como o maior acontecimento da Igreja Católica, vai
realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas
cerca de 1,5 milhões de pessoas.As
jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso
do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da
Juventude.