MAI diz que forças de combate têm de habituar-se a incêndios extremos
22 de jun. de 2023, 09:21
— Lusa/AO Online
O
governante explicava às forças do Dispositivo Especial de Combate a
Incêndios Rurais (DECIR) do Sul que este é um conceito “que já está
consolidado” na Europa e que o modo de combate a esse tipo de fogos
passa por “fazer a gestão do incêndio”.“São
incêndios que, em determinado momento, não é possível combatê-los, sob
pena de colocar em risco a vida dos próprios elementos do dispositivo de
Proteção Civil. Portanto, há que desenvolver técnicas e capacidades
para que quem está na frente de combate só atue nos momentos
considerados operacionalmente adequados”, explicou, depois, José Luís
Carneiro.O ministro destacou que “pela
primeira vez” esta prática está a ser desenvolvida “nos cinco comandos
regionais do país”, que integram equipas multidisciplinares com
elementos “das Infraestruturas de Portugal, do Instituto da Conservação
da Natureza e das Florestas, do INEM, dos bombeiros, da Proteção Civil e
da GNR” e deu como exemplo o incêndio que, há cerca de dois meses,
obrigou à retirada de cerca de 2.000 pessoas em Espanha.“Houve
momentos em que, mesmo com os meios disponíveis, não se conseguia
empregar os meios. Por isso é que se fala cada vez mais de gerir, de
fazer a gestão do incêndio, procurando a melhor oportunidade para,
quando perder força, haver então o ataque e procurar debelá-lo”,
apontou.O ministro explicou o conceito no
final de um exercício de treino operacional para as forças do DECIR, no
quartel dos Bombeiros Voluntários de Évora, no âmbito da iniciativa
‘Governo + Próximo’, que termina na quinta-feira, na capital de distrito
do Alto Alentejo, com a reunião do Conselho de Ministros.José
Luís Carneiro confirmou, também, que hoje há “mais meios [aéreos] do
que no ano passado”, após a chegada de mais um meio esta manhã e dois ao
fim do dia e garantiu que o dispositivo de combate está preparado para a
vaga de calor que se prevê nas próximas semanas, apesar de a “fase
crítica” estar planeada para o período de 01 de julho a 31 de setembro.“O
sistema está preparado, como já aconteceu desde abril, para reforçar os
meios sempre que há circunstâncias de exceção, pré posicioná-los e
mobilizá-los para o teatro de operações”, assegurou o ministro da
Administração Interna.