MAI diz estarem "encerradas" negociações salariais com GNR e PSP
29 de jul. de 2024, 11:07
— Lusa/AO Online
Em
declarações à SIC, a governante lembrou que o acordo com as associações
profissionais e sindicatos das forças de segurança “foi firmado e
assinado no passado dia 09 de julho” e adiantou: “Estas negociações
estão encerradas”."Vamos continuar a
cumprir o que ficou firmado e retomaremos [mais tarde] a revisão das
carreiras. Acho que é um excelente acordo, mas as pessoas são livres de
discordar", acrescentou a governante numa altura em que três associações
de profissionais da GNR e um sindicato da PSP prometeram manter a
coesão e lutar pela paridade com os colegas da Polícia Judiciária.Também
em declarações à SIC, o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais
de Polícia, Bruno Pereira, que assinou o acordou, pediu a reabertura das
negociações."Era importante reatar as
negociações imediatamente para que essas futuras alterações nas
estruturas salariais e nos outros suplementos possam ver a luz do dia a
partir de 1 de janeiro de 2025", afirmou Bruno Pereira, que foi
porta-voz da plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR para a
reivindicação de aumentos.Bruno Pereira lamentou que “nada valeram” as contestações e negociações com o executivo.“No
final de contas, nada valeu estarmos a protestar, a contestar e a
negociar porque tudo isto permitiu que outros sem o terem que fazer
conseguissem tanto , ou neste caso mais”, acrescentou.Igualmente
no domingo, a Associação Nacional dos Sargentos da Guarda, a Associação
Sócio-profissional Independente da Guarda Nacional Republicana, a
Associação Nacional Autónoma de Guardas e o Sindicato Independente de
Agentes de Polícia lamentaram que, no passado dia 09, tenha sido
celebrado um “acordo desastroso”, que se recusaram a assinar.Em
comunicado divulgado no domingo, criticaram “a irredutibilidade do
Governo na recusa de dignificar os elementos da GNR e da PSP num valor
justo que permitiria, no mínimo, tratar por diferente aquilo que é
essencialmente diferente”, e consideram “inaceitável que em Portugal um
agente de autoridade e órgão de polícia criminal não seja equiparado a
um elemento policial da PJ (inspetor)”.As
estruturas pediram reuniões a todas as forças políticas com
representação parlamentar, tendo entretanto sido recebidos pelo Chega. As
associações e o sindicato consideraram ainda “absolutamente
inacreditáveis, em paradoxo, as comparações entre os elementos das
Forças de Segurança e os militares das Forças Armadas” e “absolutamente
gravosas as declarações do ministro da Defesa Nacional” quando disse
que, “em 01 de janeiro de 2025, nenhum militar receberá menos do que um
GNR ou PSP”.Na sua opinião, o acordo
celebrado entre a ministra da Administração Interna (MAI) e cinco
estruturas da PSP e da GNR “revela bem a ausência de tutela política no
setor da Administração Interna”, principalmente quando se faz a
comparação “com as medidas agora aprovadas para o setor da Defesa
Nacional”.“O acordo celebrado no MAI não
contempla uma única medida adicional, imediata e concreta, apresentando
antes um conjunto de intenções de revisão dos estatutos de pessoal e
remuneratórios, nada palpável ou estimável a curto/médio prazo, que
permita mitigar a ausência de vontade do Governo em alcançar paridade
entre as policias”, lamentaram.