MAI admite que "correu mal" introdução de novas regras nos aeroportos
16 de dez. de 2025, 18:08
— Lusa/AO Online
“A
introdução destas regras nos aeroportos correu mal”, disse Maria Lúcia
Amaral no parlamento, avançando que no aeroporto de Lisboa tem havido
tempos de espera médios de três horas e nos últimos dias “chegaram a
seis horas”.“Não nego nisto a
responsabilidade da PSP e da UNEF [Unidade Nacional de Estrangeiros e
Fronteiras], mas recuso aceitar que seja exclusiva responsabilidade da
PSP. As coisas são mais complexas do que isso”, adiantou.Além
da PSP, segundo a governante, o novo sistema tem também como
responsáveis o Sistema de Segurança Interna, que controla os sistemas
informáticos e os equipamentos que os suportam, a ANA Aeroportos de
Portugal, que gera a infraestrutura, além dos contratos com entidades
privadas para assegurar esses equipamentos.A
ministra explicou que esta “turbulência”, principalmente no aeroporto
de Lisboa, começou em maio porque foi nessa altura que foram compradas
as primeiras infraestruturas tecnológicas para o novo sistema do espaço
Schengen. “A partir de maio, por causa
disso as consultas às bases de dados intensificaram-se o que leva às
primeiras perturbações, que aumentaram e são tremendas a partir de 12 de
outubro”, disse Maria Lúcia Amaral, dando conta que, neste momento, no
aeroporto de Lisboa há duas formas de controlo dos passageiros
extracomunitários nas chegadas e partidas que são através da via digital
e pessoal através dos agentes da PSP.O
novo sistema europeu de controlo de fronteiras para cidadãos
extracomunitários entrou em funcionamento em 12 de outubro em Portugal e
restantes países do espaço Schengen, uma digitalização que está a
decorrer de forma faseada.Desde 10 de
dezembro que está a decorrer a segunda fase com a recolha de dados
biométricos, que consiste na obtenção de fotografia e impressões
digitais do passageiro.A ministra disse
que o Governo tem “acompanhado desde o início a complexidade desta
situação”, tendo a 27 de outubro produzido um despacho conjunto de
vários ministérios que estabeleceu “um mecanismo de acompanhamento
diário” sobre o que se passa no aeroporto através da criação de uma
equipa especial, denominada sala de crise, que está “sempre presente” no
aeroporto de Lisboa.A ministra está a ser
ouvida nas comissões parlamentares de assuntos constitucionais,
direitos, liberdades e garantias e de Economia e Coesão Territorial a
pedido do Chega e do PS sobre a Unidade Nacional de Estrangeiros e
fronteiras da PSP e das longas filas no controlo de fronteiras nos
aeroportos portugueses, as medidas adotadas e os prazos previstos para a
sua resolução