Autor: Lusa/AO Online
"Fracassou a reunião do TIAR. Foi uma reunião de fantoches, de palhaços", disse Nicolas Maduro, aludindo à reunião realizada terça-feira na capital colombiana, Bogotá.
Nicolás Maduro falava no Círculo Militar de Caracas, durante um evento sobre o Cartão da Pátria [que garante apoio económico estatal aos venezuelanos], transmitido em simultâneo e obrigatoriamente pelas rádios e televisões do país.
"Com TIAR ou sem TIAR, não têm podido com a Venezuela", frisou.
Na ocasião, Maduro acusou o seu homólogo colombiano, Iván Duque, de pretender usar a reunião do TIAR para "desviar a atenção" dos problemas internos que afetam a Colômbia.
"Duque quer desviar a atenção da imensa crise política, económica e social. O povo da Colômbia protesta há 13 dias contra Iván Duque", disse.
Durante o evento, Nicolás Maduro referiu-se ao líder opositor e presidente do parlamento - onde a oposição detém a maioria é maioritária -, advertindo-o de que a justiça o espera.
"O imbecil maior deu a si próprio KO. Acabou-se politicamente. Agora o que o espera é a prisão, para que pague pelos crimes que cometeu. Isso é o que te espera. O povo da Venezuela pede justiça", acentuou.
Os países subscritores do TIAR aprovaram na terça-feira uma resolução com sanções que restringem a circulação e os recursos financeiros de 29 pessoas ligadas ao regime venezuelano, incluindo o próprio Nicolás Maduro.
A aprovação das sanções foi anunciada em conferência de imprensa pela ministra das Relações Exteriores colombiana, Claudia Blum.
A listagem contém 29 nomes e, além do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, aparece a sua mulher, Cília Flores, o segundo homem mais forte do 'chavismo' e presidente da Assembleia Constituinte - composta unicamente por simpatizantes do regime -, Diosdado Cabello, e o empresário Raul Gorrín, proprietário de empresas de seguros e da estação privada de televisão, venezuelana Globovisión.
A crise na Venezuela intensificou-se desde janeiro último, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país, até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.
Mais de 4,5 milhões de venezuelanos abandonaram o seu país, desde 2015, escapando da crise.