Madeira preparada para vacinar mais de 24 mil crianças dos 5 aos 11 anos
Covid-19
22 de nov. de 2021, 12:39
— Lusa/AO Online
“Em relação às crianças, esta
população tem de ser vacinada”, afirmou Pedro Ramos, sublinhando que os
dados do país e da região mostram que “estão a ser atingidas [pela Covid-19] e também transmitem a doença”.O
secretário regional da Saúde falava em conferência de imprensa, no
Funchal, na qual fez o ponto da situação epidemiológica no arquipélago
face às novas medidas de contenção da pandemia, que entraram em vigor no
sábado e determinam, entre outras, a obrigatoriedade de apresentar
comprovativo de vacinação e teste antigénio negativo para aceder à
maioria dos recintos públicos e privados.Pedro
Ramos disse que o Governo Regional (PSD/CDS-PP) aguarda apenas pela
indicação da EMA, que será transmitida na próxima quarta-feira, para
avançar com a vacinação das crianças.“Se a
Agência Europeia do Medicamento autorizar a vacinação das crianças, nós
vamos vacinar as crianças da Região Autónoma da Madeira entre os 5 e os
11 anos, que totalizam 24.248 cidadãos”, declarou.Pedro
Ramos indicou que, após o anúncio das novas restrições, foram
administradas 2.560 primeiras doses da vacina contra a covid-19 e
realizados 20.485 testes rápidos em apenas três dias – sexta-feira,
sábado e domingo.“Estamos muito satisfeitos
com a resposta imediata da população”, disse, alertando para o facto de,
entre os 514 casos ativos no arquipélago, haver uma “grande
percentagem” de não vacinados.Pedro Ramos
sublinhou que, em relação aos 52 doentes hospitalizados, 60% são não
vacinados, 40% são vacinados e com comorbilidades.O
governante disse que as novas restrições resultam do aumento do número
de casos, de internamentos e de óbitos na região, tendência que se
verifica também no país e na Europa. “Este
aumento surge porque as barreiras mais simples de conter a pandemia
estão a ser quebradas – a máscara para proteger, o teste para quebrar as
cadeias de transmissão e a vacina para diminuir a gravidade da doença,
os internamentos e os mortos”, alertou. Apesar
da elevada taxa de vacinação dos residentes – cerca de 85% –, a Madeira
tem registado, nas últimas semanas, uma média diária superior a 50
novos casos de infeção.As novas medidas
restritivas, que exigem a apresentação de certificado de vacinação e
teste antigénio negativo para aceder à maioria dos recintos públicos e
privados, entraram em vigor às 00:00 de sábado, mas o executivo regional
estipulou um período de adaptação de uma semana, até ao próximo sábado
(27 de novembro), na exigência da apresentação conjunta do certificado e
de um teste negativo.Assim, a partir das
00h00 do dia 27 de novembro a apresentação de apenas um dos
comprovativos (vacinação ou teste rápido) mantém-se para supermercados e
mercearias, transportes públicos, farmácias e clínicas, igrejas e
outros locais de culto, e para realizar atos urgentes relativos à
Justiça e recorrer a outros serviços essenciais.Nessa
data, passa a ser obrigatório apresentar tanto o certificado de
vacinação como o comprovativo de teste para entrar em espaços
desportivos, restaurantes, cabeleireiros, ginásios, bares e discotecas,
eventos culturais, cinemas, atividades noturnas, jogos, casinos e outras
atividades sociais similares.A
obrigatoriedade de apresentação de um dos dois documentos envolve a
possibilidade de os cidadãos realizarem testes rápidos gratuitos de sete
em sete dias (período durante o qual os resultados são considerados
válidos).“Temos capacidade de resposta em
todos os postos aderentes e aumentaremos sempre que for necessário”,
declarou Pedro Ramos, indicando que as estruturas na região podem
realizar mais de 10.000 testes antigénio por dia.O
governante sublinhou, por outro lado, que as novas restrições são
“temporárias” e visam “continuar a proteger a população”, adiantando que
as próximas três semanas serão “cruciais” para abordar as festividades
do Natal. “Não devemos, não podemos, não
queremos estragar o Natal”, disse, referindo que passará a ser feita uma
conferência de imprensa aos domingos para apresentar o ponto da
situação epidemiológica no arquipélago. De
acordo com os dados mais recentes da Direção Regional da Saúde, o
arquipélago, com cerca de 251 mil habitantes, regista 514 casos de Covid-19 ativos, num total de 13.126 confirmados desde o início da
pandemia, com 52 doentes hospitalizados, quatro deles em cuidados
intensivos. A região sinaliza também 89 óbitos associados à doença.