Madeira insiste na "necessidade imperativa" de rever Lei das Finanças Regionais
OE2023
11 de out. de 2022, 15:01
— Lusa/AO Online
“É
de registar que as transferências no âmbito da Lei das Finanças das
Regiões Autónomas, apesar de superiores ao ano anterior em cerca de 9
milhões de euros, ficam ainda aquém das transferências de 2019 e do
período antes da pandemia. E deixam aqui a necessidade imperativa de
rever a Lei das Finanças das Regiões Autónomas e de estabilizar, de uma
vez por todas, o relacionamento financeiro entre o Estado e as regiões
autónomas dos Açores e da Madeira”, afirmou Rogério Gouveia numa reação à
proposta de OE2023, enviada à agência Lusa.De
acordo com a proposta de OE2023, entregue na segunda-feira no
parlamento, a Região Autónoma da Madeira vai receber 226.544.905 euros
ao abrigo da Lei das Finanças Regionais, mais nove milhões do que os
217.210.880 euros previstos no Orçamento do Estado de 2022.O
titular da pasta das Finanças do Governo da Madeira, de coligação
PSD/CDS-PP, apontou também como “nota negativa” o facto de estarem
inscritos apenas 22 milhões de euros para a comparticipação das obras do
novo hospital, valor que diz ser insuficiente.“Estimamos
que as verbas necessárias para a obra se vão cifrar em cerca de 62
milhões de euros. Ou seja, o Estado teria de acautelar 50%, que é a
parte que lhe compete, no valor de 31 milhões de euros”, sustentou,
acrescentando que espera que a falha seja suprida na discussão do
documento em sede de especialidade.O
governante lamentou ainda que alguns temas, como o subsídio de
mobilidade e a ligação marítima de passageiros entre a ilha e o
continente, não tenham sido considerados na proposta de Orçamento do
Estado para 2023.Em termos gerais, Rogério
Gouveia considerou que a proposta “poderia ser mais ambiciosa,
relativamente à situação que o país, a Europa e o mundo atravessam”.“Penso
que se poderia ter ido mais além no apoio às famílias e às empresas.
Compreendemos, no entanto, que a elevada incerteza que o mundo
atravessa, e que Portugal não fica incólume, recomendam alguma
prudência”, reconheceu.A proposta do
OE2023 vai ser debatida na generalidade no parlamento nos dias 26 e 27,
estando a votação final global do diploma marcada para 25 de novembro.