Madeira exige inclusão das regiões autónomas nas medidas de apoio
Covid-19
26 de abr. de 2021, 14:16
— Lusa/AO Online
Esta
resolução, aprovada em sessão plenária no parlamento madeirense a 11
de março de 2021, destaca que a pandemia da Covid-19 interrompeu um
ciclo consecutivo de crescimento económico que somava 80 meses e afetou
um dos principais setores de atividade da região, o turismo, com “fortes
repercussões e implicações no tecido empresarial”.O
diploma realça que “o Governo Regional implementou, de imediato,
medidas que tiveram sempre como foco o apoio às famílias e às empresas”,
e que foram sendo adaptadas em função da evolução da pandemia.“Mas
todas as medidas implementadas foram suportadas pelo Orçamento Regional
e pelos contribuintes regionais, sem qualquer solidariedade do Governo
da República, apesar de o executivo regional, desde o início deste
processo, ter sempre procurado o diálogo e a cooperação institucional”,
salienta.Entre outros aspetos, o
articulado refere que o executivo madeirense (PSD/CDS-PP) solicitou a
20 de março de 2020 apoios diretos ao Governo da República, além da
suspensão dos artigos da Lei das Finanças de regional relacionados com o
equilíbrio orçamental e limite da dívida, e a remissão do pagamento dos
encargos decorrentes do empréstimo do Programa de Assistência Económica
e Financeira (PAEF) da região, para poder ter mais meios de enfrentar a
pandemia.“Estas propostas foram
apresentadas na Assembleia da República, mas ficaram reféns da total
indisponibilidade e indiferença do Governo da República e da maioria
parlamentar”, destaca, considerando que deveria ser cumprido o princípio
da solidariedade.A resolução enfatiza
que, “apesar da postura proativa da região, nem um euro de apoio chegou”
à Madeira e o Governo nacional “decidiu apenas em sede de orçamento
suplementar, e mesmo perante as dificuldades e despesas acrescidas pela
pandemia, autorizar o aumento do endividamento líquido das suas regiões
autónomas, sem sequer garantir as condições de financiamento mais
adequadas”.Para fazer face às
consequências da pandemia, a Madeira contraiu um empréstimo no valor de
458 milhões, tendo “o Governo de António Costa recusado” dar o aval para
permitir a operação com uma taxa de juro mais baixa e uma poupança de
84 mil euros.A Madeira critica esta
“posição discriminatória”, que considera “envergonhar um país que lidera
o Conselho Europeu” enquanto “ignora o reconhecimento europeu” dado às
regiões ultraperiféricas.“Um país que sabe
exigir da União Europeia, com os seus parceiros e dirigentes, mas que
não cumpre a sua obrigação com as suas regiões autónomas e com os seus
cidadãos insulares, deve corrigir esta discriminação e assumir as suas
responsabilidades, contemplando e fazendo com que as linhas de apoio
nacionais se estendam à Madeira e aos Açores, pois a sobrevivência das
nossas empresas também é a sobrevivência das empresas portuguesas”,
argumenta.O texto censura o facto de as
regiões autónomas estarem excluídas de programas de apoio às empresas,
como o Apoiar, que têm aplicação no território nacional.