Madeira e Açores criam grupo de trabalho para estudar revisão da Lei das Finanças Regionais
14 de set. de 2022, 10:05
— Lusa/AO Online
“Vamos auscultar
um conjunto de membros do Governo nacional no sentido de criarmos um
grupo de trabalho para repor a equidade e a justiça na Lei das Finanças
Regionais”, disse Miguel Albuquerque, líder do executivo madeirense
(PSD/CDS-PP), no encerramento da cimeira insular entre os governos das
regiões autónomas, no Funchal.Numa
conferência conjunta com José Manuel Bolieiro, que lidera o executivo
açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), Miguel Albuquerque precisou que o grupo de
trabalho será orientado pela sociedade de advogados Eduardo Pais
Ferreira & Associados.“Nós não pedimos
aqui nada de iníquo, pedimos apenas que a Lei das Finanças Regionais
seja uma lei moderna e adequada às nossas necessidades e que não seja
uma fantasia para continuar a estrangular as regiões autónomas em termos
financeiros e de desresponsabilização do Estado”, disse. O
presidente do Governo dos Açores reforçou a posição, sublinhando que o
Estado tem de ser “justo e pessoa de bem” na repartição da riqueza
nacional pelos órgãos de administração pública central, regional e
local. “É por isso que queremos uma
revisão da Lei das Finanças das regiões autónomas que reponha os seus
objetivos iniciais: previsibilidade, regularidade e estabilidade no que
diz respeito às transferências solidárias e correspondentes às receitas
próprias das regiões autónomas”, afirmou José Manuel Bolieiro. Na
declaração final da cimeira, proferida após a assinatura de 25
protocolos de cooperação entre as secretarias dos dois executivos, os
líderes insulares insistiram na necessidade de se proceder também à
revisão da Constituição da República e de assegurar a gestão partilhada
do espaço marítimo entre o Estado a as regiões, que recentemente foi
declarada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional.Miguel
Albuquerque e José Manuel Bolieiro alertaram, por outro lado, para a
importância de o Estado assegurar a conexão digital entre o continente e
as regiões, bem como de assumir as “suas responsabilidades” com os
sobrecustos dos setores da saúde e a educação.“Somos
um ativo de valor acrescentado para o futuro da Europa e de Portugal,
quanto à dimensão grandiosa do mar e do espaço”, afirmou José Manuel
Bolieiro, reforçando: “Somos um património natural de oportunidades para
Portugal e para a União Europeia do qual não prescindimos, contribuindo
e, em remota, recebendo a riqueza de forma justamente distribuída.”