Macron empenhado em “chatear” os não vacinados com restrições em França
Covid-19
5 de jan. de 2022, 12:26
— Lusa/AO Online
Em entrevista ao jornal Le
Parisien, o chefe de Estado de França salientou ainda que pretende ser
candidato à reeleição dentro de três meses, apesar de não estar
“esclarecido sobre o assunto” devido à situação pandémica vivida no
país, que foi novamente o principal foco das suas declarações.“Quero
realmente irritar os não vacinados. E assim vamos continuar a fazê-lo
até ao fim. É essa a estratégia”, frisou Macron, numa altura em que as
medidas do Governo contra a Covid-19 deram origem a um debate acesso na
Assembleia Nacional.O Governo anunciou
recentemente a transformação do passe sanitário em passe vacinal,
limitando assim a vida das pessoas não vacinadas contra a Covid-19.Em
resposta a uma pergunta de um leitor do jornal, que sublinhou que os
não vacinados “representam 85% dos internamentos” o que leva ao
adiamento de cirurgias, Emmanuel Macron salientou que aquela observação
“é o melhor argumento” para a estratégia do Governo.“Numa
democracia, o pior inimigo são as mentiras e a estupidez. Quase todas
as pessoas, mais de 90%, aderiram à vacinação e é uma minoria muito
pequena que é resistente”, acrescentou.Ainda
sobre a estratégia contra os não vacinados, Macron referiu que, sem os
poder prender ou vacinar à força, a partir de 15 de janeiro estes
deixarão de poder ir a restaurantes, cafés, teatros ou cinemas.As
declarações do chefe de Estado geraram críticas entre os partidos, com o
candidato à presidência Jean-Luc Mélenchon, da esquerda radical, a
classifica-las como “terríveis”.“A OMS (Organização Mundial da Saúde) fala em convencer em vez de coagir e ele?”, frisou através da rede social Twitter.Já
a candidata presidencial Marine Le Pen, do partido de extrema-direita
União Nacional, salientou que “um presidente não deve falar assim”.“O
garante da unidade da nação persiste em dividi-la e assume querer fazer
dos não vacinados cidadãos de segunda. Emmanuel Macron é indigno da sua
função", apontou.A cerca de três meses
das presidenciais francesas, o atual Presidente abordou com cautela a
sua recandidatura: “Quero. Assim que existirem condições sanitárias que
permitam que esclareça o assunto e este esteja esclarecido para mim
mesmo, direi como será”, garantiu.