Macau ambiciona reduzir lixo produzido diariamente ‘per capita’ em 30% e até 2026
29 de dez. de 2017, 15:32
— Lusa/AO online
A
meta encontra-se definida no Planeamento de Gestão de Resíduos Sólidos
de Macau (2017-2026) publicado pela Direção dos Serviços de Proteção
Ambiental (DSPA) que define políticas e planos de ação no âmbito dos
resíduos sólidos para a próxima década.Um
dos objetivos concretos passa por reduzir volume médio de resíduos
urbanos produzidos diariamente ‘per capita’ em quase 30%, ou seja de
2,11 quilogramas em 2016 para 1,48 quilogramas até 2026.“Em
comparação com outras regiões, o volume médio de resíduos sólidos
urbanos produzidos diariamente ‘per capita’ pelos residentes de Macau
situa-se num nível bastante elevado”, constata a DSPA no documento com
cerca de 50 páginas na versão portuguesa.Segundo
o relatório anual do Estado do Ambiente, divulgado em agosto último,
embora mantendo o mesmo nível de 2015, a quantidade de resíduos sólidos
urbanos descartados ‘per capita’ em 2016 (2,11 kg/dia), ultrapassou
cidades como Pequim (1 kg/dia), Xangai (0,70 kg/dia), Cantão (0,93
kg/dia) ou Hong Kong (1,39 kg/dia).“O
problema da gestão dos resíduos é iminente, carecendo de ser resolvido
brevemente e, caso não sejam tomadas medidas decisivas e eficazes e
ações oportunas, estima-se que nos próximos anos a quantidade de
resíduos sólidos produzida em Macau seja superior à da capacidade de
tratamento das instalações da região”, adverte a DSPA, no documento hoje
publicado.Neste
âmbito, o organismo traçou ações em três frentes, com a primeira a
incluir a aplicação de cobrança de taxas a diversos resíduos urbanos,
melhorias na rede de reciclagem ou medidas para apoiar o setor e
encorajar a redução de resíduos e a prática da reciclagem seletiva.A
segunda ação passa pelo incentivo à participação pública em atividades
com objetivos claros, como o programa de pontos verdes, ou pela
sensibilização para a recolha de garrafas de vidro ou outros materiais e
para uma menor utilização de sacos de plástico.Já
a terceira frente compreende o investimento em recursos, de modo a
otimizar as instalações e infraestruturas relacionadas com a recolha de
resíduos, incluindo a expansão da Central de Incineração de Resíduos
Sólidos, bem como a construção de instalações para receção e seleção de
materiais inertes e de um centro de processamento central de resíduos
alimentares.“Além
da elaboração de políticas e medidas completas e apropriadas, a
participação ativa do público é o elemento mais relevante e
indispensável”, realça a DSPA, para sublinhar, porém, que “apenas com
ações concretas de toda a sociedade na redução de resíduos e da
reciclagem” e de ações de promoção e consciencialização ambiental “será
possível atingir o objetivo global na redução de resíduos de Macau”.