Lula da Silva ambiciona documento assinado por oito presidentes da região da Amazónia
3 de ago. de 2023, 12:19
— Lusa/AO Online
O
objetivo é “fazer um documento capaz de ser assinado por oito
presidentes da República e capaz de ser levado para a COP28 nos Emirados
Árabes Unidos”, afirmou Lula da Silva, num evento organizado no Palácio
do Planalto, em Brasília, com a imprensa internacional.“Temos
de produzir pela primeira vez uma ideia de que o mundo precisa não
apenas admirar, mas ajudar”, frisou o responsável brasileiro,
enaltecendo o facto de a cimeira que arranca no dia 08 de agosto ser a
“primeira vez em 45 anos” que haverá uma reunião de presidentes para
discutir a Amazónia.O encontro, promovido
por Lula da Silva, que acontecerá nos dias 08 e 9 de agosto, na cidade
de Belém, estado do Pará, tem como objetivo que os países que fazem
parte do bioma consolidem uma posição unificada sobre a preservação da
floresta tropical para ser apresentada na próxima cimeira mundial do
clima, em novembro.Além dos oito países
que compõem a Amazónia (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana,
Peru, Suriname e Venezuela), foram convidados a Indonésia, a República
Democrática do Congo e a República do Congo, nações que, juntamente com o
Brasil, possuem as maiores florestas tropicais do mundo, bem como a
França, pela Guiana Francesa.Quase todos os chefes de Estado dos países da Amazónia marcarão presença no evento, com a exceção do Equador e Suriname.O Presidente de França, Emmanuel Macron, que é chefe de Estado da Guiana Francesa, ainda não confirmou presença.Noruega e Alemanha, países que financiam o Fundo da Amazónia, foram também convidados.Os
oito países amazónios deverão atualizar o Tratado de Cooperação
Amazónica (TCA), assinado em Brasília em 1978, que prevê ações conjuntas
para equilibrar a proteção da floresta e o desenvolvimento económico. A
atualização, segundo o Governo brasileiro, terá como tónica o "respeito
pelos direitos humanos, a abordagem intercultural e a soberania".“Seremos
muito duros em relação ao desmatamento”, disse o Presidente brasileiro,
que se comprometeu a reduzir a zero o desmatamento ilegal da maior
floresta tropical do mundo até 2030.A
Amazónia, segundo o chefe de Estado brasileiro, tem “problemas sérios
com o crime organizado” e lembrou a criação recente do Centro de
Investigação da Polícia Federal em Manaus e um sistema integrado de
tráfego aéreo para a Amazónia para combater o crime. Ainda
que a cimeira só comece oficialmente no dia 08, já a partir de
sexta-feira será dado o início, na cidade de Belém, aos Diálogos
Amazónicos, com mais de 300 eventos.Na
programação oficial, os Diálogos terão um conjunto de oito sessões
plenárias - para tratar de temas como mudanças climáticas, agroecologia e
socioeconomia da região, proteção do território e do seus povos,
erradicação do trabalho escravo, saúde, soberania e segurança alimentar,
e pesquisa e desenvolvimento para pensar o futuro da floresta, entre
outros.Espera-se a participação de cinco mil pessoas nestes eventos, segundo o Presidente brasileiro.