Lukashenko diz que estrangeiros passaram "linhas vermelhas"
Bielorrússia
26 de mai. de 2021, 10:36
— Lusa/AO Online
"Os nossos adversários do
estrangeiro e do interior do país mudaram os métodos para atacarem o
nosso Estado. Ultrapassaram uma infinidade de linhas vermelhas. Passaram
para lá dos limites do entendimento da moral", disse Lukashenko, citado
pela agência oficial Belta, durante um discurso perante altos
responsáveis do regime.Um voo da
companhia de baixo custo irlandesa Ryanair entre Atenas, na Grécia, e
Vílnius, na Lituânia, foi forçado no domingo a fazer um desvio para
Minsk, na Bielorrússia, que culminou com a detenção do jornalista e
ativista bielorrusso Roman Protasevich e da companheira.Na
segunda-feira, a União Europeia, reunida em cimeira extraordinária,
aprovou uma série de medidas contra o regime bielorrusso e exigiu a
libertação de Roman Protasevich.Os líderes
europeus pediram às companhias europeias para evitarem o espaço aéreo
bielorrusso, banindo também as transportadoras da Bielorrússia na
Europa.Roman Protasevich, de 26 anos, é o
ex-chefe de redação do influente canal Nexta, que se tornou a principal
fonte de informação nas primeiras semanas de protestos
antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020.A
Bielorrússia atravessa uma crise política desde as eleições de 09 de
agosto de 2020, que segundo os resultados oficiais reconduziram o
Presidente, Alexander Lukashenko - no poder há mais de duas décadas -
para um sexto mandato, com 80% dos votos.A oposição denunciou a eleição como fraudulenta e reivindicou a vitória nas presidenciais.Desde
então, o país testemunhou uma vaga de protestos populares para exigir o
afastamento de Lukashenko, manifestações conduzidas pela oposição que
têm sido reprimidas com violência pelas forças de segurança da
Bielorrússia.