Luís Garcia reconduzido como presidente do parlamento açoriano
22 de fev. de 2024, 20:02
— Lusa
“Em
nome dos açorianos, firmo o compromisso de tudo fazer para dignificar e
respeitar o primeiro órgão da nossa autonomia, que é esta Assembleia
Legislativa da Região Autónoma dos Açores, órgão que queremos que todos
os açorianos se vejam representados”, realçou o deputado
social-democrata, logo após ter assumido o cargo, na sede do parlamento,
na Horta.A cerimónia ficou, no entanto,
marcada pelo protesto feito pelos cinco deputados do Chega, que,
individualmente, levantaram da sua bancada, folhas A4 com a palavra
“Vergonha”, pelo facto de as duas maiores forças políticas, a coligação
PSD/CDS-PP/PPM e o PS, terem chegado a um entendimento para a escolha
dos elementos da Mesa da Assembleia, recusando a pretensão do Chega de
eleger um vice-presidente.“A manifestação
que, graficamente, nós assistimos há instantes não dignifica quem a fez,
manchando este parlamento e, consequentemente, o ato solene de início
de uma legislatura”, lamentou o deputado social-democrata Joaquim
Machado, que presidiu à Mesa provisória da Assembleia Regional, antes da
eleição dos novos membros.As duas
vice-presidências do parlamento serão exercidas por Joaquim Machado
(PSD) e João Vasco Costa (PS), ao passo que os secretários da Mesa serão
ocupados por Nídia Inácio (PSD) e Lubélio Mendonça (PS).No
final da cerimónia, o líder do Chega, José Pacheco, lamentou, em
declarações aos jornalistas, que o PSD e o PS se tenham juntado para
“distribuir tachos” e para “afastar o Chega da vice-presidência do
parlamento”, adiantando que o protesto que os deputados do seu partido
fizeram na sala de plenário será para repetir no futuro.“Fizemos
isto hoje e vamos fazer muito mais daqui para a frente”, prometeu José
Pacheco, lamentando também a “censura” de que o Chega foi alvo, por
parte de Joaquim Machado: “a liberdade de um partido que representa 10%
dos eleitores dos Açores, não merece qualquer censura e o que aconteceu
aqui foi um ato de censura”.José Pacheco
ficará como líder da bancada do Chega, ao passo que João Bruto da Costa
continuará como líder parlamentar do PSD e Catarina Cabeceiras como
líder da bancada do CDS.A maior novidade
vem do grupo parlamentar do PS, que a partir de agora será liderado por
João Fernando Castro (ex-deputado à Assembleia da República), que
substitui no cargo Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores e antigo
presidente do Governo Regional.A coligação
PSD/CDS-PP/PPM venceu as eleições antecipadas de 04 de fevereiro nos
Açores, mas sem maioria absoluta, elegendo 26 dos 57 deputados
regionais, contra 23 do PS, cinco do Chega, e um do BE, um da IL e um do
PAN.As eleições de 04 de fevereiro
ocorreram após o chumbo, em novembro, das propostas de plano e orçamento
da região para este ano, devido à abstenção do Chega e do PAN e dos
votos contra de PS, IL e BE, situação que levou o Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, a dissolver o parlamento e a
convocar eleições antecipadas.