"Lorenzo" deixa mais de duas dezenas de pessoas desalojadas
2 de out. de 2019, 09:44
— Lusa/AO online
“Deveu-se
nomeadamente a dois fatores - umas situações em São Jorge e nas Flores,
que tiveram a ver com infiltração de água nas habitações, com o
levantamento das telhas, e depois temos a situação de 19 pessoas na
cidade da Horta, que necessitaram ser realojadas, porque houve
galgamento do mar na zona da Avenida 25 de Abril”, adiantou aos
jornalistas o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e
Bombeiros dos Açores, Carlos Neves. Também
o número de ocorrências aumentou para 93, tendo a maior parte sido
registada na ilha do Faial (43), que foi “bastante afetada”. “As
ocorrências têm aumentado, nós vamos já com 93 ocorrências. Isto
prende-se principalmente com o agravamento do estado do mar e também com
o normal acordar das pessoas, que então se deparam com árvores caídas e
caminhos interrompidos”, adiantou o responsável pela Proteção Civil
açoriana. Segundo Carlos Neves, as 26
pessoas “já se encontram realojadas” e a situação “foi rapidamente
resolvida pelos serviços em todas as ilhas”. “Há
que frisar, no meio deste número considerável de ocorrências, que não
se registou nenhum ferido, nenhuma vítima e isso é o que nos deixa mais
descansados”, apontou.Na ilha das Flores
registaram-se “graves danos” no porto das Lajes, onde “parte do molhe
foi engolido pelo mar, assim como um edifício de apoio à estrutura
portuária e alguns contentores”.O aviso meteorológico “vai-se manter vermelho mais umas horas” e o número de ocorrências poderá “aumentar ao longo da manhã”.“O
vento continuará no grupo Central agora até à hora do almoço, nas
Flores continuará a manter-se e daqui a duas horas irá decrescer
ligeiramente”, disse Carlos Neves, que espera que “ao início da tarde”
se passe a aviso meteorológico amarelo. O
Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) dos Açores declarou
hoje que o período crítico do furacão "Lorenzo" decorria até às 09:00 da
região (10:00 em Lisboa), afetando maioritariamente as ilhas das Flores
e do Corvo."O centro do furacão já
passou" a oeste da ilha das Flores, e encontra-se a caminho de
norte/noroeste, "com tendência a afastar-se" progressivamente da ilha do
grupo ocidental, declarou a meteorologista Vanda Costa à agência Lusa,
falando pouco depois das 05:30.O
primeiro-ministro, António Costa, disse perto das 09:00 de Lisboa (08:00
na região) que a situação de maior risco estava já ultrapassada.Para
as ilhas das Flores e do Corvo (grupo Ocidental), previam-se vento
sueste rodando para noroeste com rajadas na ordem dos 190 km/hora (com
uma probabilidade de 40% de a rajada máxima ser superior a 200 km/h),
chuva por vezes forte e ondas de sul passando a sudoeste, com altura
significativa entre 10 e 15 metros. A altura máxima de onda pode atingir
os 25 metros.A rajada máxima registada pelo IPMA foi de 163 km/h, no Corvo, às 08:25.Já
para o grupo Central (Pico, São Jorge, Faial, Graciosa e Terceira) eram
esperados vento sudoeste com rajadas até 160 km/h, períodos de chuva e
ondas de sudoeste passando a oeste com altura significativa entre nove e
12 metros, podendo a altura máxima de onda atingir os 22 metros.Nas
ilhas do grupo Oriental - São Miguel e Santa Maria – a previsão era de
vento sul rodando para oeste com rajadas até 100 km/h, períodos de chuva
e ondas de sudoeste com altura significativa entre sete e nove metros.