Autor: Lusa/AO Online
Para segunda-feira está marcada a terceira ronda da primeira fase das negociações dos termos para efetivar a saída, decidida em referendo, prevista para março de 2019, entre David Davies e o negociador comunitário da UE, Michel Barnie.
Para esta nova ronda, o governo britânico informou que a agenda inclui assuntos de “natureza técnica”, antes de conversações mais substanciais no próximo mês, e que espera “flexibilidade” e “vontade de compromisso” para assuntos como a elevada fatura a pagar pelos britânicos, no âmbito do orçamento comunitário.
Nas últimas semanas, o gabinete de Davis tem publicado uma série de documentos sobre a posição do governo em relação ao Brexit, como permitir que o Tribunal Europeu de Justiça tenha jurisdição no Reino Unido e a existência de uma “cooperação estreita” para solucionar disputas legais entre as duas partes.
Num outro documento é defendida uma garantia de proteção dos dados pessoais depois da saída britânica da comunidade dos 28.
"Ambas as partes devem ser flexíveis e demonstrar vontade para um compromisso para resolver áreas, nas quais não estejamos de acordo. Como disse a UE, o relógio corre e assim nenhuma parte deve arrastar os pés”, segundo uma fonte governamental, citada pela agência noticiosa EFE.
Na véspera do início das conversações, o Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn defendeu que o país deve permanecer no mercado único europeu e na união aduaneira durante um período de transição, após o brexit.
Especialistas calcularam que esse período possa durar entre quatro a cinco anos.
Num artigo publicado hoje no jornal "The Osberver", o porta-voz do partido, Keir Starmer, notou que sair do mercado único, que inclui livre circulação de mercadorias, pessoas e serviços, durante a transição seria “desnecessário” e um “caminho de alto risco”.
Sem especificar quanto tempo deveria demorar o período transitório, Starmer referiu que deveria ser o “mais curto possível, mas o mais extenso que seja necessário” para evitar o colapso da economia britânica.
O governo de Theresa May, em posição minoritária desde as eleições do passado junho, também se manifestou a favor de um período de transição para que as empresas se ajustem à nova situação, mas alguns ministros já afirmaram que o país estaria fora do mercado único durante o período transitório.
Em março passado, a primeira-ministra ativou o artigo
50 do Tratado de Lisboa, que faz iniciar um período de negociações de
dois anos para a saída de um país da UE.