"A
situação em Londres agora é crítica, com o vírus a espalhar-se fora de
controlo. (…) A realidade é que vamos ficar sem camas para pacientes nas
próximas duas semanas se a propagação do vírus não diminuir
drasticamente”, justificou, em comunicado.O número de casos em Londres ultrapassou os 1.000 por 100.000 habitantes, uma das taxas mais elevadas no país, indicou. Entre
30 de dezembro e 06 de janeiro, o número de pacientes nos hospitais de
Londres aumentou 27%, de 5.524 para 7.034, 35% mais do que durante o
pico da primeira onda em abril, e o número de pessoas com necessidade de
ventilador subiu 42%, de 640 para 908. Na
quinta-feira, o presidente do serviço de saúde público britânico (NHS),
Simon Stevens, revelou que estão a ser internadas por dia mais de 800
pessoas infetadas com covid-19 nos hospitais de Londres, o equivalente à
capacidade do hospital de St. Thomas, onde o primeiro-ministro, Boris
Johnson, esteve na unidade de cuidados intensivos em abril de 2020. O
Serviço de Ambulâncias de Londres está a receber cerca de 8.000
chamadas de emergência por dia, em comparação com 5.500 num dia normal, e
só nos últimos três dias, foram registadas 477 mortes de infetados em
hospitais de Londres.Um "incidente grave" é
definido como um evento ou situação de emergência que requer uma
resposta especial coordenada entre os vários serviços públicos, tendo
sido previamente invocado em situações como os ataques terroristas em
Westminster e London Bridge, em 2017, e o incêndio da Torre Grenfell em
junho do mesmo ano. O Reino Unido tem um
dos balanços mais pesados da pandemia covid-19, 78.508 mortos registados
até quinta-feira, tendo as autoridades britânicas atribuído uma
aceleração de infeções nas últimas semanas a uma estirpe do coronavírus
altamente infecciosa identificada no sul de Inglaterra.