Londres convoca embaixador da China por alegada interferência no Reino Unido
14 de mai. de 2024, 12:26
— Lusa/AO Online
O porta-voz do Ministério dos
Negócios Estrangeiros britânico afirmou, em comunicado, que foi
transmitido ao diplomata "de forma inequívoca" que "o recente padrão de
comportamento chinês contra o Reino Unido" não é aceitável.De
acordo com a mesma nota, este padrão inclui "ciberataques, casos
ligados à espionagem e a concessão de recompensas" pela polícia de Hong
Kong pela detenção de ativistas pró-democracia no estrangeiro.A
convocação do embaixador surge depois de, na segunda-feira, a polícia
londrina ter acusado três homens de crimes ao abrigo da Lei de Segurança
Nacional britânica por alegadamente terem ajudado os serviços de
informação de Hong Kong e por interferência estrangeira.Chi
Leng (Peter) Wai, 38 anos, Matthew Trickett, 37 anos, e Chung Biu yuen,
63 anos, foram acusados no âmbito de uma investigação que envolveu uma
série de rusgas em diferentes partes do Reino Unido.Segundo
a polícia, os três homens procederam à recolha de informações,
vigilância e atos de burla suscetíveis de ajudar um serviço de
informações estrangeiro entre 20 de dezembro de 2023 e 02 de maio.Uma nova audiência no Tribunal Criminal Central de Old Bailey está agendada para 24 de maio.Num
comunicado, Pequim “condenou veementemente” o governo britânico por
“fabricar acusações, prender arbitrariamente cidadãos chineses e
difamar” o governo de Hong Kong.Também o
presidente do Executivo da antiga colónia britânica, John Lee, exigiu
que o Governo britânico desse uma explicação sobre a acusação de Bill
Yuen, o diretor do Gabinete Económico e Comercial de Hong Kong em
Londres. Na sua conferência de imprensa
semanal, Lee afirmou que as funções do gabinete comercial em Londres
consistem em fomentar os laços com vários setores no Reino Unido e
promover Hong Kong.“Qualquer tentativa de
interferir com o trabalho dos gabinetes em diferentes locais será contra
o comércio livre e a economia livre e prejudicará a economia dos países
que tentam fazer coisas más ao funcionamento dos gabinetes”, afirmou.