Lógica de vacinação dos mais idosos passa a ser sazonal
Covid-19
9 de jun. de 2022, 11:45
— Lusa/AO Online
“Quando vacinamos contra a gripe
não fazemos já ideia se estamos já a dar a 5.º, a 6.ª ou a 7.ª dose.
Sabemos que se aproxima a estação de maior risco em termos de circulação
de vírus e de descompensação de doença crónica e por isso fazemos
reforços sazonais e é isso que vai acontecer já este outono-inverno”,
disse Graça Freitas em conferência de imprensa hoje no Ministério da
Saúde, em Lisboa, sobre a próxima campanha vacinal.De
acordo com a diretora-geral da Saúde, a campanha de vacinação que
arranca em setembro terá uma capacidade instalada de 300 mil doses por
semana, “o que é suficiente” para cumprir o cronograma que arranca a 05
de setembro com vacinação em lares, rede de cuidados continuados e
pessoas com 80 ou mais anos.Sobre os
lares, adiantou que já foram vacinados todos os elegíveis até ao
momento, ou seja, onde não existiam surtos ativos, o que representa 75%
do total.Entre a população com 80 ou mais anos há 40% de vacinados com a segunda dose de reforço, disse.Ainda
sobre a próxima campanha, Graça Freitas admitiu que vai implicar
“obviamente um rearranjo dos centros de vacinação”, seja os centros de
saúde ou outras instalações.Ainda que na
próxima campanha de vacinação a vacina contra a gripe e a vacina contra a
covid-19 sejam administradas em simultâneo, a ministra da Saúde, Marta
Temido, disse que não está previsto que isso possa acontecer nas
farmácias comunitárias, ainda que os aspetos de logística ainda estejam a
ser trabalhados, acrescentou.Já sobre as
vacinas contra a covid-19 adaptadas às novas variantes, o presidente do
Infarmed, Rui Santos Ivo, explicou que os contratos celebrados a nível
europeu já preveem que Portugal possa receber vacinas adaptadas quando
estas estiverem disponíveis, acrescentando que foram feitos ajustamentos
aos contratos para “diferir algumas entregas para a parte final do
ano”. Graça Freitas adiantou também que
pela primeira vez será administrada em Portugal uma vacina reforçada
contra a gripe, tetravalente, da qual foram adquiridas 120 mil doses,
destinadas aos “mais vulneráveis dos mais vulneráveis”, que são os
residentes em lares.Paralelamente foram
adquiridos cerca de dois milhões de doses de vacina da gripe não
reforçada, uma compra “adaptada às previsões de necessidades” de
vacinação, explicou a diretora-geral da Saúde.Sobre
os números elevados da mortalidade entre os mais idosos, Graça Freitas
explicou que a taxa de letalidade não é grande, mas apenas proporcional
ao número de casos de infeção atual, bastante elevado devido à
predominância da subvariante da Ómicron, mais transmissível e que escapa
ao sistema imunitário em termos de infeção, mas não na proteção contra
doença grave e morte.Os números elevados de mortes entre os mais idosos explicam-se pela “sua debilidade” de saúde, acrescentou.