Liz Truss elege como prioridades economia, energia e saúde
6 de set. de 2022, 16:55
— Lusa/AO Online
Na chegada a Londres, após
ter estado na Escócia onde foi indigitada pela Rainha Isabel II, Truss
referiu como primeira prioridade o "plano ousado para fazer crescer a
economia através de cortes fiscais e reformas”.“Vou
reduzir os impostos para recompensar o trabalho árduo e impulsionar o
crescimento e o investimento liderado pelas empresas”, vincou.Em
segundo lugar, acrescentou, disse querer resolver a "crise energética
causada pela guerra de [Vladimir] Putin”, prometendo medidas ainda esta
semana para reduzir as contas de energia e "assegurar o (nosso) futuro
abastecimento energético”. Em terceiro
lugar, Liz Truss mostrou-se determinada em conseguir que "as pessoas
possam obter consultas médicas e os serviços do NHS [serviço nacional de
saúde] de que necessitam”, cujas lista de espera aumentaram na
sequência da pandemia da doença covid-19.Apesar
da ameaça da chuva, o discurso foi feito no exterior do número 10.º de
Downing Street, onde se situam a residência e escritório oficiais do
chefe do Governo britânico, para assessores, deputados e jornalistas. Espera-se que Truss nomeie ainda hoje os principais membros do seu Governo, a maioria apoiantes leais durante a campanha. O
ministro da Economia, Kwasi Kwarteng, 47 anos, é apontado pela imprensa
como o próximo ministro das Finanças, a procuradora-geral, Suella
Braverman, 42 anos, deverá assumir o Ministério do Interior, James
Cleverly, de 53 anos, passará da pasta da Educação para os Negócios
Estrangeiros, e a ministra do Trabalho, Theresa Coffey, é esperada no
Ministério da Saúde. O ministro da Defesa, Ben Wallace, deverá permanecer em funções, mas Nadine Dorries recusou continuar com a pasta da Cultura.Pelo
contrário, os ministros da Justiça, Dominic Raab, e dos Transportes,
Grant Shapps, apoiantes declarados de Rishi Sunak (o outro candidato
finalista nas eleições internas para a liderança conservadora), deverão
ser preteridos.Liz Truss foi indigitada
primeira-ministra do Reino Unido pela Rainha Isabel II, que lhe pediu
para formar um novo Governo após aceitar a demissão de Boris Johnson. "A
Rainha recebeu em audiência" Liz Truss "e pediu que formasse um novo
Governo", anunciou o Palácio de Buckingham através da rede social
Twitter, momentos depois de publicar uma foto da monarca de 96 anos
apoiada numa bengala, apertando a mão àquela que se torna a 15.ª
primeira-ministra em 70 anos de reinado.A
audiência teve lugar no Castelo de Balmoral, na Escócia, e não no
Palácio de Buckingham, em Londres, como é tradicional, devido aos
problemas de mobilidade da monarca.A
transição resultou da eleição interna para a liderança do Partido
Conservador iniciada em julho, da qual Truss foi declarada vencedora na
segunda-feira com 57% dos votos. Num breve
discurso de despedida à porta de Downing Street pelas 7:30 desta manhã,
Boris Johnson reivindicou uma série de medidas tomadas durante o tempo
em funções perante uma multidão de apoiantes, assessores e jornalistas, e
urgiu o partido a unir-se em torno da sucessora. “O
tempo para a política acabou e está na altura de apoiarmos todos a
equipa e o programa de Liz Truss e servir os interesses dos cidadãos
deste país, porque é isso que eles querem”, afirmou. Depois
da estreia de Truss no debate semanal com os deputados e frente ao
líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, no parlamento, na
quarta-feira, o novo Governo pretende anunciar já na quinta-feira um
pacote para tentar travar a crise económica. Segundo a imprensa britânica, este incluirá um congelamento dos preços da energia para famílias e empresas. Dentro de duas semanas é esperado o anúncio de cortes fiscais para impulsionar a economia prometidos durante a campanha.