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Livro destaca tourada à corda na ilha Terceira como a “bandeira de um povo”

Entre registos escritos e fotográficos, José Paulo Lima propõe, com o seu novo livro, uma viagem à história da tourada à corda na ilha Terceira


Autor: Joana Medeiros

A Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, em Angra do Heroísmo, irá acolher, no próximo dia 21 de junho, pelas 20h00, a apresentação do livro “Tourada à Corda – A bandeira de um povo”, da autoria de José Paulo Lima, contando com a apresentação do arquiteto João Parreira.

De acordo com o autor do livro, em declarações à Açores TSF, este registo consiste numa “fundamentação daquilo que é a tourada à corda”, típica da ilha Terceira, respondendo a perguntas relacionadas com a sua origem, a sua cimentação na vida cultural e social da ilha, e como se mantém nos dias de hoje.

Este é um trabalho que, adianta José Paulo Lima, resulta de “um trabalho de investigação histórica”, bem como de muitas entrevistas realizadas a pessoas mais velhas que apreciam e participam – ou participaram – desta tradição, recorrendo ainda a “memórias dos século XVII até aos dias de hoje”.

“Sem pretensiosismos”, prossegue o autor, esta obra aborda a tourada à corda como “algo que brota do povo, do povoamento e das dificuldades dos primeiros povoamentos dos Açores”, tendo em conta aspetos como “a necessidade do consumo de proteína animal”.

Posteriormente, explica, surge o cruzamento entre as touradas, “os cortejos do Espírito Santo e a fé das pessoas”, sendo, por isso, algo que “define a sociedade açoriana e, particularmente, a ilha Terceira”, estando hoje “perfeitamente enraizado na sua forma de ser e na sua forma de se relacionar entre si”.

Este livro conta ainda com um complemento fotográfico, que permite conhecer “a expressão das pessoas que assistem às touradas à corda, a expressão dos animais ou os locais onde as touradas se realizam”, explica José Paulo Lima à Açores TSF, dando ainda destaque aos protagonistas que fazem parte destas touradas, como os pastores – os homens que seguram a corda – ou os capinhas – “aqueles que se divertem desafiando o touro”.

Embora o texto do livro seja explicativo, contando com uma série “de percursos e de cronologias que permitem o leitor perceber o que é a tourada à corda”, o autor do livro considera que as fotografias escolhidas são fundamentais para que este livro cumpra o seu propósito.