Livre defende que questão legal ficou esclarecida e quer “empresa pública viável”
TAP
7 de mar. de 2023, 10:38
— Lusa/AO Online
“Com
o anúncio do relatório, a questão legal parece ter ficado esclarecida,
com a identificação da nulidade do acordo que foi celebrado. A questão
ética era para nós também já clara”, defendeu o dirigente do Livre e
membro do Grupo de Contacto (direção) do partido Paulo Muacho, em
declarações aos jornalistas no parlamento após a conferência de imprensa
do Governo.Para o Livre, “este acordo
representa uma forma de funcionar da TAP” na qual o partido não se revê,
além de ser “especialmente perversa no momento em que a administração
da TAP mantinha, e continua a manter, cortes salariais nos trabalhadores
da empresa, e é uma forma que o Governo e os gestores públicos não
devem trabalhar”. “Relativamente ao futuro
da empresa, àquilo que o ministro das Finanças nos disse, à vontade de
virar a página, é precisamente importante virarmos a página deste
capítulo, destas tentativas de privatização da TAP, de podermos
construir uma empresa pública que é viável e que serve o interesse
público do país e que possa trazer retorno ao país, garantir condições
de trabalho dignas aos seus trabalhadores e servir o interesse público. E
não servir interesses privados ou dos seus administradores”, concluiu.O
dirigente lembrou que o Livre, que tem no parlamento como deputado
único o historiador Rui Tavares, não está representado na comissão
parlamentar de inquérito sobre a TAP, mas vai “continuar atento ao
assunto”. A Inspeção-Geral das Finanças
concluiu que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é
nulo, adiantou o Governo, que vai pedir a restituição dos valores. “A
avaliação da Inspeção-geral das Finanças [IGF] concluiu pela nulidade
do acordo celebrado em fevereiro de 2022 […]. Recorre a necessidade de
repor a legalidade do procedimento de cessação de funções e torna
elegível a devolução das verbas”, afirmou o ministro das Finanças,
Fernando Medina, que falava numa conferência de imprensa, em Lisboa, a
propósito da entrega do relatório da IGF sobre a saída de Alexandra Reis
da TAP.O Governo exonerou o presidente do
Conselho de Administração e a presidente executiva da TAP, Manuel Beja e
Christine Ourmières-Widener, na sequência do relatório da IGF, anunciou
também o ministro das Finanças.Nesta
conferência de imprensa, conjunta com o ministro das Infraestruturas,
João Galamba, o ministro das Finanças defendeu que o Governo adotou as
decisões necessárias para o bom funcionamento da TAP e para um “virar de
página”, no âmbito do processo que envolveu Alexandra Reis. “O
Governo toma as decisões que considera necessárias para o bom
funcionamento da TAP e para um virar de página. A TAP sofreu com este
episódio não só uma questão de legalidade”, apontou Fernando Medina.