Autor: LUSA/AO Online
“É um programa a que todas as pessoas se podem candidatar, que pode
ser gratuito ou só com uma taxa de segurança, quase uma fidelidade, e é
um serviço com uma central de atendimento, que depois liga aos serviços
necessários de acompanhamento”, disse à agência Lusa o vereador dos
Direitos Sociais da autarquia, João Afonso. Frisando tratar-se de
um “serviço de teleassistência público e universal para uma população
com mais de 65 anos”, o autarca explicou que funcionará como “um ‘call
center’ especificado e formado para o efeito”. “No fundo, faz um
serviço de teleassistência, ou seja, de ir falando com as pessoas,
telefonar, saber como é que elas estão, mas depois também reencaminha
para serviços existentes [de emergência ou de respostas sociais e de
saúde] e para a própria família”, precisou João Afonso. Do outro lado da linha, estarão psicólogos e assistentes sociais. Em
causa está um investimento inicial de 1,6 milhões de euros, suportado
por fundos comunitários, para a implementação do projeto até 2020. Os custos anuais de funcionamento deverão rondar os 700 mil euros. Questionado
sobre prazos, o vereador referiu que, tratando-se de um concurso
público internacional, “pode demorar até seis meses” para ser o caderno
de encargos estar feito. “Acho que é um projeto para termos [em
funcionamento] no quarto trimestre de 2018, se for pegado logo no início
do próximo mandato pela Câmara”, estimou. Ainda assim, ressalvou que se trata de um “processo progressivo”. “O
objetivo é termos uma abrangência de cerca de 20% da população com mais
de 65 anos da cidade, aquilo que entendemos como uma taxa de cobertura
boa. Para o início, estamos a falar de 5%/10%, o equivalente a 5.000
pessoas atingidas no primeiro ano”, precisou. Atualmente, o
município já dispõe de um serviço de teleassistência. As grandes
diferenças, de acordo com João Afonso, são a “taxa de cobertura” e o
facto de o novo ser “um serviço tendencialmente mais franco, menos
ligado ao acompanhamento social, e mais de adesão livre”. A medida
enquadra-se na Estratégia de Cidade para as Pessoas Idosas 2018 - 2026,
apresentada em meados deste mês no Conselho Local de Ação Social de
Lisboa, entidade que reúne 495 entidade do setor. No âmbito da
mesma estratégia, a autarquia aprovou este mês a celebração de
protocolos de delegação de competências no valor de 40 mil euros com as
Juntas de Freguesia de Alcântara, Misericórdia, Arroios e Olivais para a
aplicação do programa Casa Aberta. Com um horizonte de um ano, a
iniciar em junho de 2018, o projeto prevê obras de adaptação em casas
particulares feitas por estas autarquias, de forma a “tornar as casas
mais seguras e confortáveis para as pessoas idosas e com problemas de
mobilidade”, acrescentou João Afonso, que não vai integrar novamente as
listas socialistas à presidência da autarquia, terminando aqui o seu
mandato. As freguesias em causa têm um “número significativo de população idosa, acima dos 25%”, notou. De acordo com dados da autarquia, Lisboa tem 132.054 habitantes com mais de 65 anos, o que corresponde a 24% da população total. Destes, 50.837 têm mais de 75 anos e 18.467 têm mais de 85 anos. É a capital mais envelhecida da União Europeia.