Lisboa desce para 109.ª cidade mais cara do mundo quanto ao custo de vida para expatriados
29 de jun. de 2022, 09:23
— Lusa/AO Online
“Considerando
apenas o continente europeu, Lisboa é a 36.ª cidade mais cara para
expatriados”, conclui o estudo “Custo de Vida 2022”, lançado pela
consultora Mercer, que inclui 227 cidades do mundo onde vivem
trabalhadores expatriados, verificando que os padrões de mobilidade
internacional dos colaboradores estão a evoluir como resultado da taxa
de câmbio e de inflação e do aumento do trabalho remoto e flexível.O
estudo foi realizado a partir da análise conjunta do custo comparativo
de mais de 200 itens em cada local, incluindo habitação, transporte,
alimentação, vestuário, produtos domésticos e entretenimento, e que
utiliza Nova Iorque como cidade-base para todas as comparações,
inclusive os movimentos monetários são medidos em relação ao dólar
norte-americano.No
‘ranking’ global, Hong Kong volta a ser a cidade mais cara do mundo
para expatriados, posição que mantinha há anos consecutivos, mas que em
2021 perdeu para Ashgabat, no Turquemenistão, passando a ocupar o
segundo lugar.De
acordo com o estudo “Custo de Vida 2022”, as cidades suíças de Zurique
(2.º), Genebra (3.º), Basileia (4.º) e Berna (5.º) completam as cinco
primeiras localizações mais caras do mundo para expatriados.No
continente europeu, além das quatro cidades da Suíça, o ‘ranking’ é
liderado por capitais de países, nomeadamente Copenhaga (Dinamarca), que
a nível global surge em 11.º lugar, Londres (Reino Unido, 15.º), Viena
(Áustria, 21.º), Amesterdão (Holanda, 25.º) e Oslo (Noruega, 27.º).No
‘top-10’ das cidades europeias mais caras para expatriados está ainda a
cidade alemã de Munique, que surge em 33.ª posição no ‘ranking’ global.Lisboa,
a única cidade portuguesa a integrar o estudo, desceu 26 posições no
‘ranking’ global, passando a ser a 109.ª cidade mais cara do mundo em
termos de custo de vida para expatriados e a 36.ª a nível europeu,
ficando abaixo do meio da tabela das 57 cidades europeias, atrás de
cidades como Madrid (90.º lugar a nível mundial) ou Barcelona (78.º).Relativamente
à Europa de Leste, a cidade mais cara é Praga (Chéquia), que ocupa o
60.º lugar entre 227 cidades, seguindo-se Riga (Letónia, 79.º),
Bratislava (Eslováquia, 105.º) e Tallinn (Estónia, 140.º), refere o
estudo, indicando que a mais barata é Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina,
classificada em 209.º lugar a nível mundial e no fim da tabela das
cidades europeias.“O
aumento do trabalho remoto e flexível, a guerra na Ucrânia, as
variações cambiais e a inflação generalizada estão a ter um impacto
material na compensação dos colaboradores, o que pode ter consequências
graves para as empresas na batalha global pelo talento”, aponta o estudo
“Custo de Vida 2022”.Tiago
Borges, ‘business leader de career’ da Mercer, citado num comunicado
sobre o estudo, afirma que “a volatilidade desencadeada pela covid-19 e
agravada pela crise na Ucrânia tem alimentado a incerteza económica e
política global”, situação que se reflete “com o aumento significativo
da inflação na maioria dos países em todo o mundo”, o que preocupa os
expatriados quanto ao seu poder de compra e estabilidade socioeconómica.“Tanto
a inflação como as flutuações das taxas de câmbio influenciam
diretamente o poder de compra dos colaboradores a trabalhar fora do país
de origem”, explica Tiago Borges, referindo que o aumento do trabalho
remoto e flexível levou também muitos colaboradores a reconsiderarem as
suas prioridades, o equilíbrio entre a vida profissional e familiar e a
escolha do local de residência.Os
dados apresentados no estudo da Mercer, além de demonstrarem que “as
condições de trabalho e económicas em todo o mundo estão a evoluir mais
rapidamente do que antes”, permitem às empresas avaliarem os custos de
contratos internacionais em tempos de incerteza.