Lisboa assegura rigor na contratação de obras e mantém verba limite de até 35 ME
JMJ
18 de jan. de 2023, 11:15
— Lusa/AO Online
“O senhor
presidente [Carlos Moedas] estabeleceu que não iríamos fazer
investimentos além de 35 milhões de euros e, apesar de haver sempre
necessidades novas, continuamos dentro desse cenário. O que hoje temos
consciência é que grande parte do investimento que vamos fazer a
propósito da Jornada Mundial da Juventude é afinal de contas
investimento na cidade de Lisboa, que não se esgota no evento em
concreto, mas ficará na cidade”, declarou o vice-presidente da Câmara de
Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP).Na
reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, no
papel de presidente da câmara em exercício devido à ausência de Carlos
Moedas (PSD), falou sobre a preparação da JMJ após questões do deputado
do PS Miguel Teixeira, inclusive sobre o cumprimento dos princípios da
contratação pública.Considerando que a
JMJ, que se realiza este ano em Lisboa entre 01 e 06 de agosto, “é do
interesse da cidade”, o autarca do CDS-PP recusou criar “clivagens
político-partidárias”, reconhecendo que a escolha da capital portuguesa
para acolher o evento “não foi mérito deste executivo”, porque o
anunciou aconteceu em 2019 e o atual mandato só começou em outubro de
2021, referindo que no anterior executivo “muito pouco foi feito”.“Temos
avançado muito nas várias áreas, há muitas, elas multiplicam-se daqui
até agosto. Com certeza que vamos ter muita pressão, muito stress no bom
sentido, mas estamos a trabalhar para que aconteça, e aconteça com
sucesso”, declarou Anacoreta Correia, indicando que nos serviços da
câmara há uma extraordinária disponibilidade para trabalhar neste
projeto de preparação da JMJ.Das tarefas
que são competência da Câmara Lisboa, o vice-presidente disse que a
empreitada do Parque Tejo está a correr bem, prevendo-se que fique
concluída entre maio e junho, altura em que também estará pronto o
palco/altar, enquanto a obra da ponte ciclo pedonal sobre o Rio Trancão
deverá estar finalizada entre fevereiro e março.“Vamos
ser rigorosos no cumprimento da lei [da contratação pública]”,
assegurou o autarca, referindo que, apesar da flexibilidade para eventos
de grande dimensão, tal como aconteceu com a Expo-98 e o Euro 2004, as
orientações dadas aos serviços municipais são para que, mesmo que a lei
permita algum ajuste direto, “se procure fazer auscultações informais e
se deixe registo disso para que o processo seja imune a qualquer
crítica”.Sobre o retorno das obras
previstas para a JMJ, Anacoreta Correia disse que “o grande investimento
do Parque Tejo ficará na cidade”, assim como a ponte ciclo pedonal e o
reforço da capacitação da higiene urbana, da proteção civil e dos
bombeiros.“Tudo isso ficará na cidade. Se
dissermos que apenas 10 a 15 milhões de euros do investimento
propriamente dito se esgota no evento, não estaremos a exagerar, e isso
significa que o retorno que teremos, sabemos bem que será muito superior
a isso”, apontou.Reforçando que o evento
“é uma oportunidade extraordinária” para a cidade de Lisboa, mesmo com
“aspetos menos agradáveis, porventura mais trânsito nalguns sítios e
mais ruído”, o vice-presidente apelou ao envolvimento de todas as forças
políticas e das 24 juntas de freguesia, para estabelecer pontes e
mobilizar a sociedade civil, nomeadamente na capacidade de assegurar
locais onde os participantes da JMJ possam dormir.Neste
âmbito, a câmara lançou a campanha “Lisboa Acolhe” para apelar aos
lisboetas que recebam e alojem “de braços abertos” os milhares de jovens
que visitarem a capital em agosto.A
Jornada Mundial da Juventude é o maior encontro de jovens católicos de
todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre
julho e agosto.Lisboa foi a cidade escolhida em 2019 para acolher o encontro de 2022, que transitou para 2023 devido à pandemia de covid-19.