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SOS Criança
Linha SOS recebeu mais de 60 mil pedidos de ajuda em 19 anos de existência
O serviço de atendimento do Instituto de Apoio à Criança, criado para prevenir situações de perigo e promover os direitos das crianças, recebeu em 19 anos de existência 61.738 mil pedidos de ajuda através da sua linha telefónica.

Autor: Lusa/AO
O SOS Criança, criado a 22 de Novembro de 1988, é um serviço de âmbito nacional, que tem como população alvo crianças e jovens até aos 18 anos e famílias, assim como os profissionais que trabalham nestas áreas e cidadãos com preocupações neste âmbito.

    Prevenir situações de perigo ou problema, ouvir e dar voz à criança e ao jovem, promover e defender os direitos da criança e garantir-lhe o direito à palavra, protecção em situação de risco/ou mau trato é um dos objectivos centrais deste serviço, a quem foi agora atribuído o número único europeu 116 111, que num futuro próximo irá substituir o 800 20 26 51.

    Manuel Coutinho, coordenador geral do SOS Criança, explicou que este serviço anónimo e confidencial é considerado pela maioria das pessoas como um serviço de primeira necessidade que, de uma forma articulada e em parceria, tenta responder o mais eficazmente possível às dificuldades das crianças.

    O trabalho desenvolvido por este serviço, esclareceu, é pioneiro em Portugal uma vez quando foi criado em 1988 ainda não havia muita sensibilização para o problema dos maus-tratos a crianças.

    Dezanove anos depois, acrescentou, se alguém toma conhecimento que uma criança é maltratada liga imediatamente para o SOS Criança. "Acontece diariamente", referiu.

    Face a uma denúncia, o serviço solicita aos parceiros no terreno, forças de segurança, centro de saúde, segurança social, Misericórdia de Lisboa ou a escola frequentada pela criança, entre outros, para averiguar a veracidade da situação.

    Os casos, adiantou, podem transitar depois para uma Comissão de Protecção de Crianças e Jovens ou para o Tribunal.

    No entanto, explicou Manuel Coutinho, muitas das situações são resolvidas no SOS Criança, principalmente aquelas em que envolvem jovens que se sentem sós, que buscam informação na área da sexualidade ou que estão com dúvidas existenciais.

    "Temos a nítida percepção de que para muitos jovens somos a luz ao fundo do túnel", disse.

    Desde a sua criação, o serviço, entre atendimentos telefónicos, personalizados, email, encaminhamento, apartado e reavaliação já trabalhou cerca de 80 mil situações.

    Segundo Manuel Coutinho, outra vertente do SOS criança é a Mediação Escolar, a funcionar desde 1997, que já promoveu dezenas de Gabinetes de Apoio ao Aluno e Família, em escolas de norte a sul do país.

    Este serviço, explicou, tem ajudado a diminuir o abandono, a violência e o absentismo escolar, assim como a toxicodepêndencia e os comportamentos disruptivos, nas escolas e na comunidade escolar.

    Além da linha para situações de perigo, o SOS Criança criou em 2004 uma outra especificamente para as Crianças Desaparecidas.