Linha de cruzeiros pelas ilhas portuguesas começa em junho
Covid-19
20 de mai. de 2021, 15:17
— Lusa/AO Online
“Poderá
estar a surgir um produto de sucesso das ilhas portuguesas, uma linha
de cruzeiros pelos arquipélagos da Madeira e dos Açores, pelo menos a
avaliar pelo número de contactos feitos pelos agentes de viagens com a
Administração dos Portos da Madeira [APRAM], com o objetivo de
comercializarem esta linha”, disse à Lusa a presidente do conselho de
administração. Paula Cabaço adiantou que
esta rota tem como público-alvo o mercado alemão e surgiu “da
necessidade de buscar alternativas, num cenário ainda de pandemia”.A
responsável da APRAM salientou que foi lançado um desafio pela Madeira
aos Açores para o estabelecimento de uma parceria entre as duas regiões,
visando “a criação de um itinerário comum, capaz de atrair as
companhias, muitas delas ainda paradas, em busca de novas rotas”.“Após
diversas reuniões de trabalho a diferentes níveis que envolveram a
Vice-Presidência do Governo da Madeira, o executivo dos Açores e as
administrações dos portos das duas regiões autónomas, é com satisfação
que um mês e meio depois vemos o intenso trabalho desenvolvido ao longo
deste período refletido nestas escalas previstas para o mês de junho”,
sublinhou.“Com surpresa, temos sido
contactados por agentes de viagens que querem comercializar este novo
produto, que dizem ter interesse também para o mercado nacional”,
acrescentou.Além da Mystic Cruise, adiantou, há mais duas companhias interessadas nesta rota.Os
portos da Madeira, por resolução do Governo Regional, reabriram aos
cruzeiros em 16 de outubro do ano passado, com condicionalismos
decorrentes da situação pandémica da Covid-19, tendo o porto do Funchal
recebido oito dias depois o navio Seadream I e, em novembro, o Disney
Wonder, numa escala técnica. Desde a
reabertura dos portos do Funchal e do Porto Santo, têm sido muitos os
iates de grandes dimensões e veleiros a ir à região, normalmente para
abastecimento e descanso dos tripulantes, visto serem embarcações em
viagens de reposicionamento das Caraíbas para o Mediterrâneo ou
vice-versa, referiu.Em 2020, devido à
pandemia da Covid-19, os portos da Madeira tiveram quebras de 74% no
número de passageiros e de 76% no de escalas, num ano em que as
previsões apontavam para subidas significativas. “Foi
preciso trabalhar em duas vertentes: com as companhias, ouvindo-as e
dando ‘feedback’ do que estávamos a fazer, e na parte da preparação dos
próprios portos, tendo em vista a retoma deste setor”, apontou a
responsável da APRAM.Foi elaborado um
plano de gestão dos portos, submetido à Autoridade de Saúde regional, “o
primeiro feito a nível nacional” e que, a par dos planos de
contingência, orienta nos procedimentos a ter em cada escala de navio.“Equipámos
os nossos portos com todos os equipamentos necessários, um investimento
de mais de meio milhão de euros, feito em contrato-programa com a nossa
tutela, a Vice-Presidência do Governo Regional da Madeira”, sublinhou.O
Governo da Madeira decidiu também aplicar o conceito de ‘corredor
verde’ nos acessos marítimos madeirenses, tal como aplicou no aeroporto.Esta
medida significa que os passageiros ou tripulantes vacinados ou
portadores de teste PCR de despiste da infeção por SARS-CoV-2 com
resultado negativo, realizado no período máximo de 72 horas anteriores
ao desembarque, têm acesso direto ao ‘corredor verde’.O
mesmo acontece com os passageiros e tripulantes que apresentarem um
documento médico, validado no país de origem e emitido nos últimos 90
dias, atestando que o seu portador está recuperado da doença Covid-19.