Limites dos escalões do IRS atualizados em 5,1% no próximo ano
OE2023
10 de out. de 2022, 15:16
— Lusa/AO Online
De
acordo com a proposta orçamental, o limite do primeiro escalão de
rendimentos coletável (que corresponde ao rendimento bruto menos uma
dedução específica por contribuinte) avança de 7.116 euros anuais para
7.479 euros, uma subida de 363 euros face ao valor atual.Já
o escalão seguinte, com uma taxa de 23% e que atualmente está balizado
entre os 7.116 e os 10.736 euros, passa a aplicar-se à franja de
rendimentos que oscilam entre os 7.479 euros e os 11.284 euros. No
modelo proposto para 2023, a taxa desde escalão recua ainda para os 21%.Na
prática isto significa que quem tem um rendimento anual coletável
(deduzido dos descontos para a Segurança Social ou de 4.104 euros) da
ordem dos 10.730 euros não pagará mais imposto em 2023 caso tenha um
aumento salarial de 5%."O Governo propõe a
redução em dois pontos percentuais, de 23% para 21%, da taxa marginal
do segundo escalão de IRS (e, em consequência, diminui a taxa média nos
restantes escalões), a qual permitirá a redução de imposto a pagar para
mais de dois milhões de agregados", refere o relatório que acompanha a
proposta orçamental.O limite do 3.º e 4.º
escalões passam, respetivamente para 15.992 euros (mais 776 euros do que
o atual) e 20.700 euros (mais 1.004 euros).Nos
dois escalões seguintes, sobre os quais incidem taxas de 35% e 37%, o
acréscimo do limite máximo seria de 1.279 euros (para 26.355) e de 1.875
euros (para 38.632 euros).No 7.º e 8.º
escalões (com taxas de 43,5% e 45%, respetivamente), o limite superior
sobe para, seguindo a mesma ordem, 50.483 euros e para os 78.834 euros,
passando também a ser este o valor a partir o qual os rendimentos
‘saltam’ para o 9.º e último escalão e são sujeitos à taxa mais elevada
do IRS, que é atualmente de 48%.Esta
atualização surge em linha com a valorização salarial de 2023 que consta
do acordo de rendimentos e competitividade que o Governo e os parceiros
sociais assinaram este domingo e visa impedir que os trabalhadores com
um aumento salarial de 5,1% no próximo ano paguem mais imposto.A
mudança nos escalões, porém, como têm alertado vários fiscalistas, é
insuficiente para fazer face à perda de rendimentos imposta pelo atual
contexto de inflação elevada, que deverá rondar os 8% no final deste
ano.O OE2023 vai ser debatido na
generalidade no parlamento nos dias 26 e 27 de outubro, estando a
votação final global do diploma da proposta do Governo marcada para 25
de novembro.