Limitação de idade na vacina da Janssen “pode não ser definitiva”
Covid-19
17 de mai. de 2021, 17:20
— Lusa/AO Online
Em
declarações aos jornalistas após a apresentação dos resultados da
segunda fase do Inquérito Serológico Nacional Covid-19, no Instituto
Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, António Lacerda
Sales frisou que este tema “ainda está em ponderação”, já depois de o
coordenador da ‘task force’,
vice-almirante Gouveia e Melo, ter alertado para a possibilidade de não
aproveitamento de 2,7 milhões de vacinas.“Neste
momento, de facto, os normativos dão indicação para idades superiores a
50 anos, mas poderá não ser definitiva. Vai depender da evolução dos
estudos, das eventuais complicações que possam surgir ou não,
nomeadamente ao nível do tromboembolismo. Portanto, devemos esperar,
porque pode haver também evolução nos próprios normativos e essa pode
não ser uma decisão definitiva”, afirmou.Com
diversos estudos a indicarem uma diminuição do número de anticorpos
contra a doença ao longo do tempo, o governante foi confrontado com a
eventual necessidade de uma terceira dose de vacinas, mas recusou usar
essa designação e salientou que são precisos mais estudos para se fazer
luz sobre este tema. “Talvez uma
terminologia mais feliz seja dose subsequente, porque não sabemos se com
uma dose subsequente temos um esquema vacinal completo ou se vamos
necessitar - como, por exemplo, na gripe – de vacinar anualmente. Há
estudos a decorrer para perceber qual vai ser a implementação dessa dose
subsequente relativamente à imunidade”, referiu António Lacerda Sales,
acrescentando: “Estamos numa fase do conhecimento em que temos de nos
adaptar todos os dias”.Os resultados da
segunda fase do inquérito serológico alertaram para a redução de
anticorpos três meses após a infeção pelo vírus SARS-CoV-2, sugerindo a
importância de vacinar as pessoas anteriormente infetadas. Perante uma
possível redução do prazo de seis meses para o registo de imunidade em
doentes recuperados, o secretário de Estado evitou alongar-se em
comentários e destacou que esse processo de vacinação vai arrancar a
curto prazo.“Aqueles que já estiveram
infetados, ao final de seis meses vão começar a poder ser vacinados e o
agendamento começará também em breve. É este o conhecimento e são as
normas que vamos respeitar. Com a evolução, se se vierem a verificar
novas condições, nomeadamente, ao nível da Agência Europeia do
Medicamento, do Centro Europeu para o Controlo de Doenças ou das
autoridades nacionais, obviamente adaptaremos o nosso plano de
vacinação”, explicou.A terminar, Lacerda
Sales reiterou a sua defesa da continuidade do uso de máscara em pessoas
vacinadas, mesmo depois de os Estados Unidos terem aligeirado as regras
a este nível na população que já tivesse sido de alguma forma imunizada
contra a Covid-19.“Tem de haver robustez
científica em todas as decisões que tomamos. Existe robustez científica
relativamente à gravidade da doença em relação às pessoas que foram
vacinadas – sabe-se que é menos grave a doença -, mas ainda não há uma
suficiente robustez científica relativamente à transmissibilidade. Como
medida de prevenção, o que estamos a indicar é a continuidade do uso da
máscara, distanciamento físico e higienização das mãos”, finalizou.