Liga de Clubes passa punir ofensas a orientação sexual e de género nos estádios
29 de jul. de 2020, 10:32
— Lusa/AO Online
A medida é válida para todos os agentes
evolvidos nos jogos de futebol, desde jogadores a público, equiparando
estes comportamentos às atitudes de discriminação racial, já
contempladas nos regulamentos.Caso surjam
este tipo de incidentes, uma das punições poderá ser a interdição
temporária de um setor específico do estádio, onde os mesmos tenham
acontecido, numa nova norma que também foi introduzida no
regulamento disciplinar.Ficou também
definido os procedimentos a aplicar caso se verifiquem nos estádios
casos de racismo, estabelecendo-se que o árbitro dará nota disso aos
delegados da Liga, dando-lhes conhecimento dos procedimentos do speaker
fazer até dois avisos no estádio, espaçados por cinco minutos e no
segundo já com os jogadores no balneário, e, caso se mantenham os atos
de racismo, xenofobia e intolerância, será evacuado o estádio ou a zona
onde os atos são praticados.Ainda em
relação ao público, a diretora executiva da LPFP mostrou vontade de que,
já no início da próxima época, possa haver assistência nas bancadas dos
estádios das competições profissionais."Todos
percebemos, nos últimos 10 jogos [da I Liga], que o publico é o coração
deste jogo. Foi triste ver as bancadas vazias. Já pedimos uma reunião
com a DGS para abordar, de novo, este assunto. Queremos ter um
tratamento idêntico ao de outros espetáculos e começar, paulatinamente, a
ter publico nos estádios, a partir do pontapé de saída da próxima
época", disse a dirigente.Também como
decisão para a próxima época foi a criação de um play-off que pode ditar
a subida de três equipas à I Liga, que foi vertido no regulamento das
competiçõesO modelo, proposto pela direção
da LPFP aos clubes, contempla uma alteração ao quadro competitivo, em
que o 16.º classificado da I Liga e o terceiro classificado da II Liga,
vão disputar um play-off, no final dos campeonatos, disputado em dois
jogosEsta decisão, que entra em vigor já em 2020/2021, foi a proposta foi com 28 votos a favor, 4 abstenções e 18 votos contra."Na
II Liga, entre as duas equipas que descem e as duas que sobem há um
vazio muito grande. Era importante aumentarmos a competitividade. Foi um
dos temas mais discutido, mas a aprovação desta proposta vai-nos
equipar às grandes 5 ligas europeias. O debate foi acalorado, mas a
maior parte entendeu que fazia sentido esta alteração", disse Sónia
Carneiro.A dirigente pronunciou-se, ainda,
sobre a providência cautelar interposta pelo Olhanense, que contesta a
decisão da subida à II Liga de Vizela e Arouca, as duas equipas que
tinham mais pontos quando o Campeonato Portugal foi interrompido pela
pandemia de covid-19, e cujos representantes dos clubes já foi
convidados para participar nesta reunião magna da LPFP."Todos
os processos judiciais preocupam a Liga, mas têm de correr o seu
trâmite normal. Não é algo que nos ocupe na preparação da próxima época.
Estamos a prepará-la e nenhuma decisão vai pôr em causa o seu
andamento", disse Sónia Carneiro.No que
toca a outras decisões tomadas nesta Assembleia Geral, onde apenas o
Desportivo das Aves não participou, destaque para o novo modelo
transitório da Taça da Liga, também para a próxima época, em que apenas 8
clubes vão disputar o acesso à ‘final-four', que será discutida entre
18 a 23 de janeiro de 2021.Estarão apenas
em competição os seis primeiros classificados da I Liga após a última
jornada de novembro, além dos dois primeiros classificados da II Liga no
mesmo período.Esses oito emblemas vão
defrontar-se numa ronda inicial, a eliminar, disputada a apenas a uma
mão, entre a 15, 16 e 17 dezembro, com as quatro melhores equipas da
Liga NOS a jogarem em casa.O Sporting votou contra este modelo, mas a proposta foi ratificada pela maioria dos clubes presentes. No
âmbito disciplinar foi também aprovado o aumento para o quadruplo das
multas aos clubes que atrasem o reinício do encontro em mais de 15
minutos ou que provoquem atrasos em jogos que tenham de se iniciar à
mesma hora. Se esta conduta for provocada
dolosamente, com a intenção de causar prejuízos a terceiros, os clubes
serão sancionados com a pena de derrota.Foi,
igualmente, definido que os clubes que permitam a exibição de faixas,
que promovam ou consintam comportamentos discriminatórios, passam a ser
punidos com 2 a 5 jogos à porta fechada.Também
decido ficou a uniformização da norma que estabelece os critérios de
desempate ao longo da época desportiva, que passam ser aplicadas em cada
jornada e não apenas no final das competições.