Liga de clubes fala em posição “incompreensível” da APAF que “provoca alarme social”
Hoje 11:30
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, a Liga de clubes, liderada por Reinaldo Teixeira, respondeu à
APAF, que, horas antes, admitiu avançar com uma paragem total, através
de uma nota intitulada “cartão vermelho à violência verbal”, caso as
suas propostas para a atividade não sejam aceites pelas autoridades
desportivas. A Liga de clubes entende que a
posição da APAF é “incompreensível e provoca alarme social”, lembrando
que se registava uma “acalmia nos últimos fins de semana no que diz
respeito a críticas públicas à arbitragem”, pelo que estranhou o facto
de o organismo colocar de novo os árbitros no “epicentro da discussão”.“A
Liga Portugal lamenta a posição da Associação Portuguesa de Árbitros de
Futebol (APAF), particularmente do seu presidente, José Borges, na
medida em que o assunto agora trazido a público – reivindicações da
associação de classe - já havia sido tratado aquando da reunião entre as
partes, a 12 de novembro, e reiterado em conversas posteriores. A Liga
Portugal não compreende, por isso, o alcance do recente comunicado da
APAF nem o facto de ter sido tornado público na véspera da Cimeira de
Presidentes, que não é um órgão deliberativo”, pode ler-se na nota
divulgada. A LPFP recordou que recebeu da
estrutura representativa dos árbitros um caderno reivindicativo,
nomeadamente no capítulo da disciplina, relacionado com o comportamento
dos agentes desportivos, e que “dada a sua complexidade e teor, foi
reencaminhado para os serviços jurídicos, que primeiro verificam a
admissibilidade legal de cada reivindicação”. Seguiram-se
contactos entre os dois organismos, com a Liga de clubes a defender que
ficou explicito que as possíveis alterações não seriam efetuadas com a
época a decorrer.“Na defesa intransigente
da integridade das competições, não havia condições para se fazer a
solicitada alteração regulamentar, pelo que qualquer mudança às regras
com um campeonato em curso nunca seria equacionável pelo organismo,
nomeadamente para uma proposta que, ativada a meio da época, geraria
dois pesos e duas medidas para situações idênticas entre a primeira e
derradeira jornada”, refere. O organismo
voltou a manifestar a sua disponibilidade para analisar todas as
propostas de alteração dos regulamentos de competições, arbitragem ou
disciplinar para a época 2026/27.Na
reunião com a Liga de clubes, a APAF defendeu o agravamento do
Regulamento Disciplinar em mais de uma dezena de artigos, preconizando o
reforço da punição de atitudes e comportamentos de clubes e agentes
desportivos com as equipas de arbitragem.Entre
as propostas, sem aludir ao caso relatado pelo árbitro Fábio Veríssimo
no jogo entre FC Porto e Sporting de Braga, a APAF defende a alteração
do Artigo 66.º, referente a coação, acrescentando a ocorrência com
familiares dos elementos de arbitragem.A
APAF prossegue com o aumento das multas, no caso de declarações sobre
arbitragem antes dos jogos, para o triplo, defendendo a perda de pontos,
em caso de reincidência, e a penalização da “suspeição”, com idêntica
proporção a ter a proposta de agravamento das sanções às agressões a
árbitros, incluindo a perda de cinco a 10 pontos.A
estrutura representativa dos árbitros defende um agravamento de 100%
das multas para os atos de lesão da honra e reputação dos órgãos da
estrutura desportiva e dos seus membros, propondo ainda, em caso de
reincidência, um a três jogos de interdição, e, no caso de três ou mais
condenações, a perda de dois a seis pontos.